O Centro PINUS acaba de divulgar um novo relatório, que sintetiza o conhecimento técnico e científico sobre fertilização de pinheiro-bravo.
Foi apresentado ontem, no primeiro evento do Centro PINUS de 2022, um Webinar Internacional “FERTIPINE – Fertilização de pinheiro-bravo” e contou com o contributo de oradores de Portugal, da Galiza e da Aquitânia.
Na primeira intervenção, realizada por Nuno Calado na qualidade de membro da Direção do Centro PINUS e gestor do projeto interno FERTIPINE, este caracterizou as práticas de fertilização atuais recordando os resultados do questionário promovido pelo Centro PINUS, que evidenciaram uma lacuna de recomendações robustas sobre a prática em Portugal.
→ Resultados do Questionário ←
Em resposta a esta lacuna, o Centro PINUS contratualizou uma síntese do conhecimento técnico e científico existente com a Escola Superior Agrária de Coimbra, que foi apresentada por Filomena Gomes.
Os oradores galegos, Eva Prada e Enrique Martinez do Centro de Investigação Florestal de Lourizán, partilharam os resultados de ensaios de fertilização realizados na Galiza.
A apresentação reforçou as conclusões dos primeiros resultados divulgados em Coimbra, em 2019, nas Jornadas Técnicas promovidas pelo Centro PINUS sobre Silvicultura do Pinhal-Bravo, como o facto de a fertilização azotada ter tido impactos negativos na sobrevivência e crescimento em todos os ensaios.
Da Aquitânia, Pierre Bergès, chefe do Departamento Florestal da Planfor, apresentou as técnicas de fertilização realizadas nas áreas de pinhal desta região do sudoeste de França. Aí, a fertilização à plantação e durante o ciclo produtivo é uma prática generalizada para aumentar a produtividade e antecipar o momento de corte. A fertilização à plantação coincide com a mobilização do solo, ou seja, a aplicação é mecânica.
A investigadora Filomena Gomes apresentou recomendações à fertilização quer à plantação, quer nas diferentes fases de desenvolvimento de um pinhal regular, com suporte na revisão de 70 publicações abrangendo uma ampla distribuição geográfica.
Estas recomendações variam em função da conjugação de fatores como a região de proveniência, o tipo de solo e a aptidão produtiva, entre outros.
É consensual à luz do conhecimento atual que a fertilização de pinheiro-bravo é uma prática reservada às situações com maior aptidão produtiva, uma vez que são aquelas em que o impacto no aumento da produtividade justifica o investimento.
Nas estações menos produtivas a fertilização pode não ter qualquer impacto. Quer o relatório disponibilizado, quer a apresentação de Filomena Gomes contêm informação de suporte à avaliação do potencial produtivo.
Também consensual é o facto de a adubação fosfatada ser “a melhor amiga” do pinhal. Não se tratando de uma novidade, com a informação agora divulgada estão disponíveis recomendações detalhadas que permitem otimizar a prática (consulte-as aqui).
Susana Carneiro, Diretora Técnica do Centro PINUS, encerrou o Webinar destacando a importância do conhecimento técnico e científico para uma fertilização adequada, já que na ausência deste a prática pode não ter uma relação custo-benefício equilibrada ou ter mesmo consequências negativas para o pinhal, como uma maior vulnerabilidade ao vento ou a certas pragas.
O Webinar contou com 204 participantes, entre os quais representantes de empresas, associações de produtores florestais, organismos da administração pública central e local, canais de comunicação sectoriais e Instituições de Ensino Superior e Entidades de I&D, entre outros.
Pode fazer download das apresentações disponibilizadas pelos oradores na notícia disponível no site do Centro PINUS: