Numa aldeia em Oliveira de Azeméis moradores viveram noite de aflição: “eu não queria sair, saí pelo meu neto”

Incêndios em Portugal

As chamas têm consumido milhares de hectares de floresta e deixado um rasto de destruição por onde passam. Nos locais próximos dos focos de incêndio muitos moradores têm ficado acordados durante a noite para proteger as casas onde vivem. A SIC esteve numa aldeia que recebeu ordem de evacuação.

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O crepitar da Madeira é o que resta depois de uma noite de aflição na aldeia de Mosteiro, em Oliveira de Azeméis. Na casa que ardeu, ninguém vivia, mas quem mora mesmo ao lado temeu o pior. 

“Tinha palha, tinha muitas silvas, estava propício para o que aconteceu”, diz Rita Magalhães

Aos moradores desta aldeia foi pedido que saíssem durante a noite. Foi-lhes dada a Junta de Freguesia como solução para ficarem. 

“À meia noite, meia e qualquer coisa vieram-nos buscar para sairmos. Eu não queria e o meu marido que estava na cama também não queria. Eles foram lá e deram pontapés no portão para ele sair. Eu não queria sair, saí pelo meu neto que me disse assim: oh vovó venha por mim. Tem 11 anos coitadinho”, relembra Maria da Graça Magalhães, moradora. 

Mas, com medo do que poderia acontecer, nem todos quiseram sair de casa. Alguns preferiram juntar forças e ficar para ajudar os bombeiros.

“Socorri os meus vizinhos. Estávamos a contar que o fogo mais tarde ou mais cedo chegasse aqui e então regressei a casa. Às 02:00 chegaram bastantes bombeiros, um reforço enorme, e trouxeram-nos sossego porque nós não tínhamos mãos a medir”, conta Paulo Oliveira, morador na aldeia do Mosteiro. 

Passada mais uma noite de muito trabalho, os bombeiros descansam apenas um pouco, como podem, encostados aos carros.

Veja a reportagem na SIC Notícias.


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