Paulo Pimenta de Castro Público

O Canadá pode ser aqui – Paulo Pimenta de Castro

Sem uma intervenção séria, rápida e musculada no território, podemos, muito em breve, viver novamente um cenário próximo ao de 2017, ou ao de Julho de 2021 do noroeste da América do Norte.

Projecções indicam que Portugal terá, num futuro próximo, maior frequência e maior duração de ondas de calor. Será que temos hoje o território preparado para enfrentar dias de temperaturas mais elevadas, ventos mais fortes e humidades mais baixas? Não precisam de coincidir todos estes parâmetros ao mesmo tempo, bastam dois deles ou mesmo apenas um.

Pelo que vivenciámos em 2017 e em 2018, já deu para perceber que temos no território ocupações e comportamentos de elevado risco. E quando as condições meteorológicas são extremas, não há dispositivo de prevenção e combate que nos assegurem não ter a maior área ardida anual absoluta da União Europeia. Aliás, tal como também aconteceu em 2016. Mesmo em 2019 e 2020 não abandonámos o pódio neste indicador. Os impactes ecológicos, sociais e económicos há muito são debatidos. Todavia, sem grande sucesso em termos de alteração de paradigma. Nem grande, nem pequena. Vão-se empurrando os problemas com a barriga. Quiçá novos eventos extremos aconteçam apenas numa próxima legislatura, com outros protagonistas políticos.

A situação há dias reportada pelo PÚBLICO em Monchique é um exemplo da inércia governamental, da inoperacionalidade da Administração, da irresponsabilidade de agentes económicos, de perigo iminente para as populações. De acordo com o relatado, haverá justificação para, em pleno mês de Julho, se estar a discutir o que fazer a milhares de toneladas de madeira ardida, empilhada e abandonada em plenas

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