Do leito seco do lago levantam-se tempestades de poeiras que ameaçam a saúde da população de Salt Lake City. Mais de 330 espécies de aves vivem ou passam por ali todos os anos em migração. Para manter o lago, é preciso deixar fluir mais água para lá.
O nível de água no Grande Lago Salgado do estado do Utah (Estados Unidos) caiu para o mais baixo desde que há risco neste mês, ao fim de uma seca de duas décadas. É um marco triste. Cientistas e políticos sublinham as graves ameaças à vida selvagem e aos habitantes das margens do lago, que recuam cada vez mais.
A metrópole próxima de Salt Lake City, com mais de um milhão de pessoas na sua área metropolitana, já sofre com tempestades de areia que os especialistas temem que se tornem piores. “Para salvar o Grande Lago Salgado, e para que não nos transformemos na Cidade do Lago de Pó, é preciso tomar uma decisão consciente de que o lago é valioso e é necessário pôr lá mais água”, disse o geofísico especialista em estudos da atmosfera Kevin Perry, que tem andado de bicicleta pelo leito seco do lago desde 2016 para estudar a sua composição.
Durante anos, a água que deveria ir para o lago foi desviada para consumo humano, para a indústria e a agricultura. Esse desvio, combinado com a seca prolongada, que tem sido exacerbada pelas alterações climáticas, tem deixado exposto cada vez mais o leito do rio.
A 3 de Julho, a superfície do lago caiu para o nível mais baixo desde que começaram a ser feitos registos, em 1848, para uma média de 1277 metros acima do nível do mar, de acordo com os Serviços Geológicos dos Estados Unidos. Espera-se que baixe ainda mais até chegar o Outono, ou até ao […]