Temperaturas elevadas e relatórios de escassez de água são notícia de primeira página, já que a seca causada pelas alterações climáticas está a criar problemas a longo prazo para os agricultores e comunidades nos Estados Unidos e em todo o mundo. Sem um abastecimento adequado de água, os agricultores estão a ser forçados a plantar menos para conservarem a água de que necessitam para passar mais um ano de seca prolongada. As consequências serão preços mais elevados dos alimentos nos Estados Unidos, mas também instabilidade social em países que são importantes para os Estados Unidos.
Por mais assustador e insuperável que possa parecer um desafio como a escassez crónica e crescente de água, existem soluções que nos podem salvar desta crise.
Um pequeno país numa das regiões mais secas do mundo está entre aqueles que desenvolveram políticas e técnicas para fornecer água, tanto nas cidades como nas quintas. Esse país é Israel. E com a seca a tornar-se o novo normal, seria sensato que as autoridades políticas prestassem atenção ao que Israel fez, e iniciassem o processo de criação das suas próprias sociedades autossustentáveis no fornecimento de água, menos dependentes de chuvas que podem nunca mais vir.
Embora Israel obtenha quase toda a sua água da torneira a partir de estações de dessalinização ao longo da costa do Mar Mediterrâneo, e grande parte da sua água para a agricultura seja fornecida através da purificação e reutilização dos esgotos da nação, recusa-se a confiar numa única estratégia ou tecnologia para satisfazer as suas necessidades de água.
Esta abordagem de “todas as opções possíveis” leva à resiliência desta redundância intencional, mas também abre a porta à inovação e à assunção de riscos que muitas vezes resultaram em avanços revolucionários a nível mundial.
Israel tornou-se uma nação em maio de 1948, mas décadas antes, enquanto se encontrava sob o controlo do Mandato Britânico, a liderança sionista começou a dar prioridade à excelência na água, juntamente com a política de defesa e imigração. Na maioria dos países, os temas (nada românticos) das infraestruturas e tecnologia da água estão entregues às mãos de funcionários de nível médio e de outros membros mais júniores do governo. Mas ler os diários dos fundadores de Israel é ver o interesse diário, quase obsessivo, em acertar a política da água. Por exemplo, muito antes de se ter dado início à dessalinização em Israel, o primeiro Primeiro-Ministro do país, David Ben-Gurion, escreveu frequentemente sobre a perspetiva de “dessalinizar o mar” a fim de “fazer florescer o deserto”.
Nem tudo […]