O preocupante apocalipse dos insetos

Os cientistas estão alarmados com a queda surpreendente das populações de insetos de todo o tipo – e avisam que podemos estar perante uma catástrofe iminente. As causas e as soluções para um colapso que pode pôr em causa a maior parte da vida na Terra

Não gostamos de viver com eles, mas não podemos viver sem eles ‒ literalmente. É essa a realidade que começamos lentamente a compreender, agora que vários relatórios têm alertado para o desaparecimento dos animais mais importantes para a vida na Terra: os insetos. São eles que polinizam as plantas, que constituem a base da cadeia alimentar, que transformam cadáveres em nutrientes, que tratam de dejetos e resíduos, que limpam as nossas águas. Que mantêm o equilíbrio ecológico. Se os insetos morrerem, vão arrastar o mundo com eles.

O mais assustador é que esse desaparecimento não está a acontecer apenas nos espaços mais asséticos, como as cidades, nem está confinado aos campos agrícolas, onde são exterminados com inseticidas em prol da produtividade das colheitas. Um estudo em 63 áreas protegidas da Alemanha, publicado em 2017 na revista científica Plos One, conclui que houve um declínio de 76% no número de insetos voadores nos últimos 27 anos. Outro estudo, publicado em 2018 na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), constata que há hoje, nas florestas de Porto Rico, 10 a 60 vezes menos insetos do que nos anos 70. […]

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