O que faz desta seca diferente – e uma das mais extremas dos últimos séculos

Rios secos. Culturas agrícolas devastadas. Barragens sem água para produzir energia. Incêndios. Um pouco por todo o mundo – de Portugal e Espanha ao Reino Unido e à Alemanha, na Índia, na China, nos EUA… –, secas extremas e longas têm provocado o caos. Não é nada que nos deva surpreender: há muito que os cientistas alertam para o aumento do risco de secas, um dos principais impactos das alterações climáticas. E, no futuro próximo, as notícias também não são boas: as previsões meteorológicas de longo prazo para Portugal dão menos chuva do que a média, pelo menos até fevereiro

Este está a ser o ano mais seco da História meteorológica registada em Portugal Continental. No final de julho, só havia dois graus de seca: extrema (em 44,8% do território) e severa (nos restantes 55,2%). Para se ter uma ideia da anormalidade que vivemos, compare-se a presente situação com julho de 2021, um mês já de si considerado seco pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e quando mais de metade do território se encontrava em algum patamar de seca, segundo a definição técnica: 4,4% em seca severa, 19,5%, moderada, 34,2%, fraca, 39,5%, normal, e 2,4%, chuva fraca. Desde pelo menos 1931, quando começaram a ser feitas medições fiáveis, nunca o País passou por uma situação destas.

Mas não estamos sozinhos – não que isso sirva de consolo. Um pouco por toda a Europa, ao fim de vários meses com níveis irrisórios de precipitação, a situação em agosto era dramática. […]

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