Luís Montenegro saiu a arder do inexplicável erro político de convocar um comício, para anunciar corridas de Fórmula 1, ao mesmo tempo que capotavam carros dos bombeiros e milhares de portugueses fugiam das chamas na televisão.
Como se explica a Festa do Pontal, se o Governo proibiu foguetes em todo o país – até os lançados sobre o rio, tão belos com inofensivos, como os da Romaria D’Agonia, em Viana do Castelo?
O primeiro-ministro revelou alguma coragem ao comparecer nas cerimónias fúnebres de Daniel Agrelo, bombeiro caído em combate. Como seria de esperar, veio de lá apupado. Uma pequena tragédia pessoal, para quem ganhou eleições há três meses e sonha governar quatro anos.
O Luís vai trabalhar para não ficar a arder em lume brando.
Até a Oposição, ou um próximo Presidente, achar que será o momento certo de o queimar nas urnas.
Luís Montenegro só tem uma hipótese de rescaldo: enfrentar os problemas estruturais da floresta. Exige força política e transparência na apresentação regular de resultados.
Não é o caminho mais curto.
Talvez seja o único que lhe resta.