Observatório Técnico Independente: Estudo Técnico – Racionalizar a gestão de combustíveis: uma síntese do conhecimento atual

[Fonte: AR] É quase universal a tendência para concentrar a gestão do fogo em atividades de prontidão (pré- supressão) e, principalmente, de resposta (supressão) aos incêndios, esquecendo a redução do risco. Este desequilíbrio pode ter êxito no curto a médio prazo, traduzindo-se em menor área ardida. Porém, altera gradualmente a distribuição da dimensão dos incêndios, que se tornam potencialmente maiores. Uma política centrada na supressão do fogo gera espaços florestais mais contínuos e homogéneos e onde o combustível florestal se acumula até níveis que comprometem a efetividade e segurança das operações de combate, independentemente da capacidade e quantidade de meios disponíveis. Este efeito colateral, conhecido como o paradoxo da extinção ou firefighting trap [1], é notório sob condições pirometeorológicas mais severas e é agravado e atua em sinergia com as alterações climáticas em curso [2,3].

A política nacional de DFCI dá particular relevo ao controlo de ignições. Contudo, o impacto da redução do número de ignições na área ardida é insuficiente, uma vez que a respetiva influência é muito inferior à das condições meteorológicas [4] e porque os maiores incêndios estão associados a territórios com baixa densidade de ignições, as quais se concentram onde a fragmentação do espaço florestal impede grandes incêndios [5].

As limitações das estratégias atrás descritas evidenciam que intervir no território e na vegetação (o combustível) constitui uma componente fundamental da gestão do fogo. Num determinado cenário meteorológico e de configuração do terreno, a gestão do combustível florestal por remoção ou modificação estrutural resulta em menor velocidade e intensidade (energia libertada) da propagação do fogo, naturalmente facilitando e aumentando a probabilidade de sucesso das operações de contenção e extinção, com diminuição da área ardida e dos impactes ambientais e socioeconómicos.

O porquê da necessidade de reduzir a combustibilidade do espaço florestal nacional é óbvio, mas é importante perceber como, quanto e onde o fazer de forma a otimizar os resultados obtidos.

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