Odemira: o futuro passa pela boa gestão da água – Luís Pinheiro

Se nada mudar, os agricultores da região de Odemira terão, para o ano de 2023, 50% da água que tiveram em 2022. O que significa menos 50% de capacidade de venda/exportação, de criação de valor, de manutenção de empregos, de investimento. A situação é grave, mas há alternativas

Em Odemira, a atividade agrícola enfrenta um cenário de enorme adversidade. A realidade é que, se nada mudar nas regras de distribuição, já em 2023, os agricultores terão acesso, face a 2022, a apenas 50% do recurso vital à produção: a água, com consequências económicas e sociais imediatas para o território e para o país. Se as alterações climáticas explicam a diminuição da disponibilidade de água (transversal aos mais diversos territórios a nível nacional, com maior ou menor expressão), também devem ser um mobilizador para melhorias estruturais nas infraestruturas e na gestão para que a terra que dá alimentos, possa continuar a fazê-lo.

Sem água não há alimentos e se na última década o sul do país observou uma redução de precipitação de um terço face à média das décadas anteriores, o Aproveitamento Hidroagrícola do Mira (AHM) continua a ter perdas anuais superiores a 35%, ou seja, a cada três anos perde-se a água correspondente a um. É tempo de olhar, é urgente investir nas infraestruturas e na gestão, uma gestão mais responsável, mais eficiente, mais estruturante e capaz de responder à necessidade de hoje, de amanhã e do futuro.

O potencial agrícola do AHM é imenso, para que se tenha noção, em 2022, o AHM gerou mais de 300 milhões de euros do volume de negócios nacionais do […]

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