As Filipinas aprovaram a comercialização do arroz geneticamente modificado, enriquecido com betacaroteno, tornando-se no primeiro país no mundo a fazê-lo. Esta decisão não é só um marco na história da agricultura, é também um marco na história de um país em desenvolvimento que está a combater a cegueira infantil através da inovação e da tecnologia.
O arroz dourado é enriquecido com betacaroteno, o que vai permitir à população das Filipinas aumentar a sua ingestão de vitamina A. Uma só porção contém a vitamina A e metade do betacaroteno que as crianças precisam diariamente.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, “a deficiência de vitamina A causa anualmente até meio milhão de casos de cegueira infantil”, especialmente nos países em desenvolvimento onde a desnutrição ainda é um grave problema, e pode provocar morte precoce por doenças infeciosas, como o sarampo.
Os cientistas trabalharam durante anos para desenvolver o arroz dourado e em 2018 as entidades reguladoras nos Estados Unidos, Austrália, Canadá e Nova Zelândia declararam-no seguro para consumo humano. Mas nestes países desenvolvidos não existe deficiência de vitamina A e por isso o arroz dourado não encontra mercado. Noutros países, como as Filipinas e muitos na Ásia e Africa, a necessidade de vitamina A é muito grande. De tal maneira que o International Rice Research Institute, com sede nas Filipinas, estima que 17% das crianças filipinas com menos de cinco anos.
O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.