Um estudo da Universidade de Boon, na Alemanha, mostra que a União Europeia poderia reduzir, em apenas um ano, cerca de 7,5% as suas emissões de gases com efeito de estufa. O equivalente a 33 milhões de toneladas de CO2.
São muitos os estudos que analisam os benefícios ambientais e económicos que as culturas geneticamente modificadas (GM ou transgénicas) teriam nos países da União Europeia (UE). O último foi realizado pela Universidade de Bonn, na Alemanha, que conclui que “se a UE permitisse a adoção de mais variedades transgénicas (além do milho Bt), a agricultura europeia poderia reduzir 7,5%/ano as suas emissões de gases com efeito estufa. Ou seja, cerca de 33 milhões de toneladas de CO2 por ano.
Ao permitirem um aumento da produção agrícola, as variedades GM “ajudam a evitar emissões adicionais de CO2, reduzindo a necessidade de converter novas terras em terras agrícolas”. Dando como exemplos o milho e a soja, os investigadores afirmam que “partes da Amazónia brasileira são convertidas em terras agrícolas para atender à procura por soja e que se a Europa, que importa atuamente grandes quantidades de milho e soja do Brasil, adotasse variedades de soja transgénica estaria a contribuir para atenuar a desflorestação nessas partes da Amazónia. Os cientistas concluem que a adoção de culturas GM não apenas reduz as emissões de gases com efeito estufa como também pode ajudar a preservar a biodiversidade.
Neste estudo de projeção, os investigadores decidiram concentrar-se na União Europeia por ser uma região que ainda não implementou as culturas GM e por estar a passar por uma reavaliação das suas políticas regulatórias. Leia mais informações sobre este estudo no jornal Trends in Plant Science .
Portugal e Espanha são os únicos países da UE a produzir milho Bt resistente à broca. Esta é a única variedade geneticamente modificada autorizada pela União Europeia (UE). O problema desta variedade é que já está obsoleta se comparada com as ferramentas hoje disponíveis e já muito utilizadas por países fora da UE. A tecnologia evoluiu bastante, mas a UE parou no tempo e faz questão de seguir uma política incongruente, porque continua a travar a adoção das novas tecnologias de melhoramento mas permite a importação de variedades resultantes dessas mesmas tecnologias.
O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.