Ao examinar o Quadro Financeiro Plurianual da União (QFP) 2021-2027 revisto e o Programa de Recuperação da “Nova Geração da UE” publicado no passado dia 28 de maio, o Copa e a Cogeca, de que a CONFAGRI é membro, destacam a necessidade de realizar mais ações conjuntas a nível comunitário e apelam a um reforço do apoio à agricultura no âmbito da Política Agrícola Comum (PAC).
A “Próxima Geração da UE” deve ser capaz de lançar as bases e ser o ponto de partida para a realidade do período pós-pandemia e de seguir uma abordagem verdadeiramente comum e coordenada, assente nos princípios de solidariedade, compreensão e flexibilidade. No que diz respeito à agricultura e à silvicultura, é preciso que se apliquem e distribuam todas as ferramentas necessárias, desde subsídios, empréstimos ou instrumentos financeiros, a fim de incentivar a tão necessária ajuda ao investimento para a recuperação do setor.
Os agricultores e as cooperativas agrícolas europeias acolhem com agrado as iniciativas da Comissão para impulsionar um futuro mais promissor e a criação das condições adequadas para que a próxima geração de cidadãos da UE possa trabalhar e prosperar. A atenção adicional dada à coesão, investimentos, investigação, digitalização, competências e diversificação é positivo e certamente beneficiará o setor agrícola.
Nesse sentido, o presidente da Copa, Joachim Rukwied, referiu: «O aumento de 15 mil milhões de euros dedicado ao desenvolvimento rural é um primeiro passo positivo, no entanto, os agricultores europeus continuam dececionados com os valores que foram alocados à PAC na proposta revista do QFP. A redução de 8,8% das ajudas diretas em termos reais, num período em que os agricultores estão sujeitos a tanta pressão e expetativas é simplesmente inaceitável. Esta é a altura certa para mostrar aos nossos agricultores que estamos prontos para os apoiar na transição!»
Desde há dois anos que o Copa e a Cogeca têm vindo a solicitar a manutenção em termos reais dos apoios da PAC, o que se torna agora ainda mais pertinente no contexto das estratégias sobre biodiversidade e do “Prado ao Prato, recentemente publicadas
O Presidente da Cogeca, Ramón Armengol, comentou as propostas, sublinhando que “É bom saber que a Comissão Europeia reconheceu a agricultura e a silvicultura como dois dos setores essenciais e que está disposta a estabelecer as condições apropriadas para planear a sua recuperação, especialmente se se tiver em consideração a atual pandemia. Agora, mais do que nunca, precisamos de uma União forte e é necessário, pelo menos, a manutenção do apoio financeiro do atual quadro financeiro plurianual. É essencial que estas ajudas, incluindo a “União Europeia da Próxima Geração”, cheguem realmente às pessoas no terreno. Portanto, exortamos o Conselho a adotar uma abordagem proactiva sobre estas propostas e a tomar uma decisão rápida, pois resta muito pouco tempo, apenas sete meses, para 2021“.
O Copa e a Cogeca, assim como os agricultores, os proprietários florestais e as cooperativas agrícolas que os representam, dedicam todos os seus esforços para fornecer alimentos e biomassa produzidos de forma a respeitar o meio ambiente, promover a biodiversidade, contribuir para o desenvolvimento sustentável, combater as alterações climáticas e garantir o bem-estar dos animais. O seu trabalho é essencial para alcançar os objetivos de um Pacto Verde Europeu revisto.
Os decisores políticos europeus têm agora a oportunidade de demonstrar que a sua ambição e os seus objetivos também são acompanhados pelos recursos financeiros e pelos instrumentos necessários para assegurar uma transição verdadeiramente justa para todos.
O artigo foi publicado originalmente em Confagri.