Estes senhores da floresta são os que estão nos bancos a financiar negócios insustentáveis e nas universidades a ensinar que a natureza é uma máquina a ser explorada, formando indivíduos competitivos e alienados da realidade, que a única coisa que pretendem é entrar para esta elite poderosa.
A minha história em defesa da floresta autóctone vem de longe, quando ainda menino via cortes rasos onde havia vida, biodiversidade, resiliência e beleza, e revoltava-me contra a perda daquele património tão rico. Esses espaços “ecocidados” nunca mais retomaram a riqueza ecológica de outrora, face à incursão do eucalipto e de outras invasoras. Os incêndios existiam, mas nunca com a severidade de hoje.
O agravamento do cenário agrega vários factores, como a proliferação do eucaliptal, o abandono do interior, as alterações climáticas, que formaram um cocktail explosivo. Mas, um olhar mais profundo permite encontrar uma economia do costume que persiste no negócio, que embora seja catastrófico para a natureza e para a maioria dos humanos, enche os bolsos de poderosos. Ora, lutar contra estes senhores da floresta tem sido muito penoso, porque mesmo com o inferno de 2017, e do muito que então foi prometido no rescaldo do luto, na verdade as coisas estão hoje muito piores.
Basta ir ao terreno e ver como as matas se encontram cheias de eucaliptos e matos, que formam um oceano de […]