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Pacto Ecológico Europeu: Comissão adota orientações estratégicas para uma aquicultura sustentável e competitiva na UE

A Comissão adotou novas orientações estratégicas para uma aquicultura na UE mais sustentável e competitiva. As orientações proporcionam uma visão comum para que a Comissão, os Estados-Membros e as partes interessadas desenvolvam o setor de uma forma que contribua diretamente para o Pacto Ecológico Europeu e, em particular, para a Estratégia do Prado ao Prato. As orientações ajudarão o setor da aquicultura europeia a tornar-se mais competitivo e resiliente e a melhorar o seu desempenho ambiental e climático.

Virginijus Sinkevičius, comissário do Ambiente, Oceanos e Pescas, declarou: «A aquicultura desempenha um papel cada vez mais importante no sistema alimentar europeu. Este setor pode proporcionar uma alimentação saudável com uma pegada climática e ambiental geralmente inferior à de explorações agrícolas em terra. Com as orientações hoje adotadas, queremos fazer da produção aquícola da UE a referência mundial em matéria de sustentabilidade e qualidade, reduzir a nossa dependência relativamente às importações de produtos do mar e criar mais postos de trabalho, especialmente nas regiões costeiras.»

Objetivos das Orientações 

As orientações foram elaboradas em estreita consulta com os Estados-Membros da UE e as partes interessadas, nomeadamente as representadas no Conselho Consultivo para a Aquicultura. Estabeleceram quatro objetivos interligados, a fim de continuar a desenvolver a aquicultura na União:

  • Reforçar a resiliência e a competitividade
  • Participar na transição ecológica
  • Assegurar a aceitação social e a informação aos consumidores
  • Aumentar o conhecimento e a inovação

As orientações propostas também apoiarão o aumento substancial da aquicultura biológica à escala da UE. Como referido no Plano de Ação da Agricultura Biológica publicado recentemente, embora a produção aquícola biológica continue a ser um setor relativamente novo, tem um grande potencial de crescimento.

Ao contrário das pescas, a aquicultura não é da competência exclusiva da UE. Não obstante, atendendo ao papel importante que desempenha na segurança alimentar europeia, no desenvolvimento sustentável e no emprego, a política comum das pescas prevê um sistema de coordenação estratégica da política de aquicultura na UE.

Tal abordagem estratégica é mais pertinente do que nunca, dado o potencial do setor da aquicultura na concretização dos objetivos do Pacto Ecológico Europeu e a necessidade de assegurar a sustentabilidade e resiliência do setor a longo prazo, nomeadamente na sequência da crise de COVID-19. Esses objetivos estão totalmente integrados nas novas orientações estratégicas.

Atentos os desafios com que se confronta o setor da aquicultura na UE e as oportunidades que se lhe oferecem, as orientações propõem ações específicas em vários domínios, incluindo o acesso ao espaço e à água, a saúde humana e animal, o desempenho ambiental, as alterações climáticas, o bem-estar dos animais, o quadro regulamentar e administrativo e a comunicação sobre a aquicultura da UE.

Em particular, a Comissão propõe a elaboração de documentos de orientação pormenorizados sobre boas práticas nos domínios mais importantes, e prevê um mecanismo específico de assistência à aquicultura para apoiar a elaboração desses documentos de orientação, assim como a aplicação das boas práticas neles descritas.

Entre outros objetivos, a Comissão incentiva igualmente os Estados-Membros da UE a incluir o aumento da aquicultura biológica na revisão (em curso) dos seus planos estratégicos nacionais para o setor da aquicultura, bem como a apoiar este tipo de produção aquícola utilizando parte dos fundos disponíveis no âmbito do Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos, das Pescas e da Aquicultura (FEAMPA).

Próximas etapas

A Comissão convida os Estados-Membros da UE a considerar estas novas orientações nos seus planos estratégicos nacionais plurianuais para o desenvolvimento do setor da aquicultura, bem como a apoiar o setor no âmbito do futuro Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos, das Pescas e da Aquicultura (FEAMPA) e de outros fundos da UE.

Contexto

Um em cada quatro produtos do mar consumidos na Europa provém da aquicultura. Contudo, a maioria do consumo de pescado e marisco é coberto pelas importações, que representam cerca de 60 % da oferta total. No total, apenas 10 % do consumo de pescado e marisco na UE provêm da aquicultura da UE, o que demonstra que o potencial de crescimento é considerável.

Apesar dessas perspetivas comerciais, a produção aquícola da UE aumentou apenas 6 % desde 2007, atingindo 1,2 milhões de toneladas em volume de vendas e 4,1 mil milhões de EUR em volume de negócios em 2018. A contribuição da UE para a produção aquícola mundial representava, em 2018, menos de 2 % da produção mundial (FAO 2020).

As orientações anteriores, adotadas pela Comissão em 2013, constituem a base dos planos estratégicos nacionais plurianuais dos Estados-Membros da UE para o desenvolvimento de atividades aquícolas no seu território.

Para mais informações

Orientações estratégicas para uma aquicultura sustentável e competitiva na UE

Comunicado de imprensa sobre o Pacto Ecológico Europeu: a Comissão Europeia adota uma nova abordagem para uma recuperação ecológica na economia azul

Relatório económico do Centro Comum de Investigação sobre o setor da aquicultura da UE

Plano de Ação da Agricultura Biológica

Estratégia do Prado ao Prato


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