Padarias moçambicanas consideram “inevitável” aumento do preço do pão

A Associação Moçambicana de Panificadores (Amopão) alertou hoje ser “inevitável” a subida do preço de pão face ao agravamento do custo da farinha de trigo, pedindo ao Governo o alívio dos encargos com a importação e processamento desta matéria-prima.

“O aumento do preço de pão é uma inevitabilidade, a menos que o Governo atue do lado dos custos de importação e processamento da farinha de trigo”, disse à Lusa o presidente da Amopão, Victor Miguel.

O responsável avançou que “hoje mesmo” entrou em vigor um novo preço da farinha de trigo, passando o saco de 50 quilos a custar 2.250 meticais (32 euros) contra os anteriores 1.950 meticais (27,7 euros).

“A situação está complicada para os panificadores, estamos a pagar mais pelo trigo e a vender o pão por menos”, assinalou.

A saída, prosseguiu, pode passar por o Governo compensar as moageiras que importam e processam a farinha de trigo por forma a que os custos não se reflitam no preço final pago pelos consumidores.

O último aumento do preço de pão foi em 2021, passando o custo mínimo do pão normal para seis meticais (0,085 euros) e o máximo 12 meticais (0,17 euros).

As cidades moçambicanas já conheceram manifestações violentas devido ao aumento generalizado dos preços dos produtos de primeira necessidade, incluindo o pão, primeiro em 2008 e depois em 2010, com destruição de bens públicos e privados por populares.

Devido a essa experiência, o Governo tem sido relutante em permitir o agravamento do preço de pão, um dos principais alimentos nas zonas urbanas moçambicanas.


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