Já se cá sabia, mas uma vez mais fica provado que as políticas agrícolas e florestais, e seus mentores, gravitam muito em torno da produção industrial do Eucalipto, tanto mais que as celuloses assim lhes têm ordenado.
Uns e outros andam muito menos preocupados – grave erro estratégico – com a produção nacional de ALIMENTOS, nomeadamente dos destinados a um acessível consumo interno.
Há dias, um senhor arvorado em “chefe” da EDIA – a empresa gestora do regadio público do Alqueva – “confessou” que a água do Alqueva deve ser bebida por Eucaliptos que lá sejam plantados rápida e (super)intensivamente…
– Então e o Pão – perguntamos nós ? Ou numa crise alimentar aguda e ainda pior que a actual, será que vamos comer umas “sopas” e uns “esparregados” à base de folhas de Eucalipto ? Ou, já agora, uns “bifes” de Cortiça ?
De facto, lá o homem da EDIA abriu a boca de mais e o Primeiro-Ministro já lhe veio atenuar o dito embora também se saiba, pelas políticas do Governo, que o Primeiro-Ministro está na linha da frente – está na “cruzada” – pela eucaliptização do País inteiro…
AS “MILLE VACHES” (MIL VACAS) EM FRANÇA E A BOSTA DE VACA…
Começa a ser já uma espécie de “alta moda” em França: – sectores da finança constituem grandes empresas agro-industriais, no caso explorações-fábricas com “mil vacas” (ou mais) cada. Para quê ? Pois para produzirem gaz metano (combustível) – como energia dita “alternativa” – a partir da BOSTA que as “mil vacas” lá produzam ! Ou seja, o Leite e a Carne passam a ser sub-produtos dessas explorações e a BOSTA de vaca o seu produto “nobre”!… E, para isso, estão a ser fortemente subsidiadas pela UE, pelo Estado Francês e suas Regiões Autónomas ! É que, os donos dessas grandes “fábricas” de BOSTA de vaca, “eles” são – afinal lá como cá – dos tais “competitivos” mas sempre à custa do erário e de outros recursos públicos. É isso !
Dá vontade irreprimível de recomendar a esses “monsieurs” (senhores) de lá – e aos de cá se os houver desse tipo – que também passem a utilizar umas “cuvettes” de BOSTA de vaca como elemento “alternativo” nos seus sofisticados pratos de “gourmet”…
João Dinis