Foi recentemente assinado e homologado pela Ministra da Agricultura, o protocolo de constituição do Centro de Competências do Pastoreio Extensivo (CCPE), de que a ACOS faz parte enquanto membro fundador. De âmbito nacional, o CCPE irá reunir agentes económicos do setor, entidades do sistema científico nacional e administração pública.
Na contextualização da temática, é sublinhado que “o pastoreio extensivo, particularmente de ruminantes, assente em pastagens permanentes é fundamental para a conservação de ecossistemas de elevado valor ecológico, dele decorrendo numerosos benefícios ambientais: sequestro de carbono, controlo da erosão, melhoria da qualidade da água, preservação e promoção da biodiversidade, manutenção de paisagens abertas e de habitats naturais, regulação de cheias e controlo de incêndios”.
Assumem os subscritores do acordo que “do ponto de vista das alterações climáticas, o pastoreio extensivo, apesar de contribuir, como toda a produção animal, para a emissão de gases de efeito de estufa, pode também ser parte da solução, em virtude do aumento dos níveis de matéria orgânica do solo e do consequente sequestro de carbono”.
Além do contributo ambiental, “a pecuária assente no pastoreio extensivo tem um inquestionável papel na economia nacional, no emprego das zonas rurais e é a forja de paisagens e costumes de um Portugal geograficamente pequeno, mas enormemente diverso”, lê-se ainda no documento. Que prossegue, “este património tem vindo a materializar-se num alargado número de produtos de qualidade reconhecida, que dão visibilidade e, portanto, dinâmica aos territórios de que resultam, ao mesmo tempo que contribuem para a resistência perante as fortes restrições naturais a que esta atividade está sujeita”.
Conforme o protocolo de constituição do Centro de Competências do Pastoreio Extensivo “é fundamental valorizar a pecuária assente no pastoreio extensivo e investir na sua adequação aos desafios atuais e futuros, aos níveis do mercado, das alterações climáticas e das mudanças sociais e do mercado de trabalho. Será assim decisivo o reforço da investigação aplicada, da transferência e da partilha do conhecimento e a adequação de um quadro normativo e de políticas públicas que assegure um pastoreio extensivo vivo e com futuro”.
São subscritores do protocolo de constituição do Centro de Competências do Pastoreio Extensivo, a ACOS, Associação de Agricultores do Sul, a ADPM, Associação de Defesa do Património de Mértola, a ANCOSE, Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Serra da Estrela, a Cooperativa Agrícola do Guadiana, a Câmara Municipal do Fundão, a DRAPAL, Direção Regional de Agricultura e Pescas do Alentejo, a FERA, Federação Nacional das Associações de Raças Autóctones, a FERTIPRADO, o INIAV, Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, o Instituto Politécnico de Bragança e a Sociedade Portuguesa de Pastagens e Forragens.
O artigo foi publicado originalmente em ACOS.