O número de pedidos de patente relacionados com incêndios rurais mais do que quadruplicou (357,66%), a nível mundial, em 2021, face à última década, segundo um estudo hoje divulgado.
“Em 2021 foram publicados 357,66% mais documentos do que em 2011”, lê-se no estudo “Patentes e Controlo de Incêndios Rurais” do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e Oficina Española de Patentes y Marcas (OEPM).
Nesse ano, o total de documentos ascendeu a 508, mais três do que em 2020 e mais 189 do que em 2019.
Entre 2010 e 2011, a nível mundial, foram publicados 3.137 documentos de patentes ou modelos de utilidade relacionados com esta temática.
Já em 2015 foram publicados mais 61,26% documentos do que em 2010, ano a partir do qual se verificou um crescimento “acelerado”.
Desde 2010 e até 2021, 76,25% dos documentos (patentes e modelos de utilidade) foram publicados pela China, ou seja, 2.392.
Seguem-se a Coreia do Sul (6,47%), Rússia (3,16%) e os Estados Unidos (2,77%).
Em penúltimo lugar, entre os 15 países considerados, surge Portugal, com oito documentos.
“Nos últimos anos, o governo chinês tem implementado diferentes tipos de medidas destinadas a apoiar a inovação no país. Isso poderá explicar o elevado número de pedidos de patente apresentados na CNIPA, relativos a diversos tipos de tecnologias. No entanto, a grande maioria desses pedidos de patente são ‘pedidos domésticos’, ou seja, pedidos nacionais que, posteriormente, não são protegidos internacionalmente”, explicou.
Rússia, Austrália, Espanha e Estados Unidos apresentam, em conjunto, mais de 43% dos pedidos de patentes desta área, excluindo as publicações com origem na China, o que poderá indicar “uma relação entre os países em que são solicitadas mais patentes e aqueles em que se registam um maior número de incêndios rurais”.
No que se refere às invenções, depois da China, destacam-se também a Coreia do Sul (28,51%), Estados Unidos (16,58%), Rússia (13,79%), Espanha (6,76%) e a Austrália (6,23%). Já Portugal apresentava 1,19%.
Ao nível dos requerentes, os três (State Grid Corp China, Nanjing Forest Police College e Univ Northeast Forestry) que apresentaram mais pedidos de patente ou modelo de utilidade publicados têm a sua sede na China.
O estudo apontou ainda que Portugal tem vários projetos de investigação e desenvolvimento (I&D) no que se refere à prevenção e deteção de incêndios rurais, financiados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.
Os projetos em causa envolvem tecnologias que “vão ao encontro das mencionadas nos pedidos de patente identificados”, em particular, monitorização, tecnologias aéreas, inteligência artificial e sensores.
Incluem-se projetos como o ‘SCAPE FIRE’, que tem por objetivo propor um modelo de ordenamento do estaco rural que contribua para a prevenção dos incêndios rurais.
“Também em Portugal as ações destinadas ao controlo e extinção de incêndios rurais assumem uma grande relevância. Desde logo, o Plano Nacional de recuperação e resiliência (PRR) […] prevê uma dotação de 89 milhões de euros para meios de combate e prevenção a incêndios rurais”, apontou.
A nível mundial, entre 2010 e 2021, foram publicados 1.828 pedidos de patente para tecnologias dedicadas à extinção de incêndios rurais.
No que se refere em específico aos equipamentos de proteção para combate e controlo de incêndios, registaram-se 67 documentos.