s confrontos eclodiram por volta das 08h00 locais, depois de um incidente envolvendo gado bovino, que provocou “uma reação violenta” entre os dois grupos, disse à EFE o chefe de Ngonanga, a aldeia afetada, Malla Adoum.
“As hostilidades começaram quando alguns pastores conduziram os seus rebanhos para campos cultivados por agricultores. Enquanto um agricultor tentava afugentar os animais para proteger as suas culturas, foi morto”, disse Adoum.
A morte agravou as tensões e levou os agricultores a perseguir o grupo de pastores, levando a combates generalizados.
O confronto provocou a morte de 14 pastores e oito agricultores.
“Estes incidentes não são isolados. São um problema recorrente no sul do Chade, onde a falta de terras aráveis e de pastagens está a gerar rivalidades crescentes entre as duas comunidades”, alertou Malla Adoum.
O Chade é um dos principais produtores de gado em África, com uma pecuária extensiva baseada na transumância, que obriga os animais a deslocarem-se em busca de água e pasto.
A forte pressão sobre os recursos deteriorou as relações entre os pastores muçulmanos nómadas e agricultores nativos sedentários, na sua maioria cristãos ou animistas, com confrontos frequentes no sul do país e noutras áreas férteis do território.
Os agricultores acusam os pastores de saquearem os seus campos, pastoreando os animais ou instalando-se em terras que consideram suas.
O leste do Chade tornou-se palco de confrontos frequentes entre pastores e ladrões de gado do Sudão, agravados pelo início da guerra civil sudanesa em abril de 2023.
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