O Partido Ecologista Os Verdes (PEV) defendeu hoje que o Governo Regional da Madeira (PSD/CDS-PP) deve promover a realização de um estudo sobre os impactos da aquacultura nos ecossistemas marinhos.
Em declarações aos jornalistas no Funchal, a dirigente nacional do PEV Manuela Cunha considerou que a questão dos impactos da aquacultura sobre a ecologia do mar não tem sido abordada nos debates públicos acerca daquela atividade económica.
“Não está a ser abordado um impacto que nos parece fundamental que é o impacto sobre a ecologia do mar”, afirmou a dirigente, antes de uma reunião com organizações regionais para abordar a expansão da aquacultura na Madeira.
Para o PEV, “o debate tem-se concentrado demasiado sobre os impactos no turismo”, referiu a dirigente, defendendo que a manutenção dos ecossistemas marinhos é “algo bem mais grave para a vida do planeta no seu todo e para a vida humana”.
“A aquacultura que está a ser praticada na Madeira implica rações, implica todo um conjunto de alimento dos peixes e isso tem implicações no sistema ecológico marinho, com depósito de resíduos no fundo do mar, com a atração de predadores”, apontou.
Para o PEV, o Governo Regional da Madeira deve, por isso, promover um estudo sobre os impactos da aquacultura na costa sul da ilha nos ecossistemas marinhos e discuti-lo publicamente.
“Se o Governo considera que potenciar e abrir portas ao alargamento da produção de aquacultura na parte sul da ilha não tem impactos, então qual o problema de encomendar um estudo”, questionou.
A dirigente defendeu ainda que existe por parte do “Governo da República uma forte pressão, porque há fundos comunitários, para esta produção”.
“O país não pode ser dirigido em função dos fundos comunitários. Os fundos comunitários devem vir para aquilo que nós definimos como sendo o desenvolvimento que precisamos. Não devem ser eles que ditam aquilo que tem de ser feito”, acrescentou.