O Plano de Cogestão da Paisagem Protegida da Serra do Açor, no concelho de Arganil, apresentado hoje, tem como objetivo principal a preservação da Mata da Margaraça, uma área de vegetação natural representativa da floresta europeia primitiva.
O documento, em consulta pública até ao dia 31, visa criar uma dinâmica partilhada de valorização de área protegida, tendo por base a sua sustentabilidade nas dimensões política, social, económica, ecológica, territorial e cultural, com incidência específica nos domínios da promoção, sensibilização e comunicação.
“Vai permitir muitas ações de sensibilização, envolvimento de voluntários e intervenções em torno daquilo que são as características muito específicas deste espaço único que a paisagem protegida da serra da Açor representa”, disse à agência Lusa o presidente daquela autarquia do distrito de Coimbra.
Segundo Luís Paulo Costa, o documento define um modelo de gestão e define as ações de promoção de educação ambiental, desenvolvimento sustentável, estudos e ações de monitorização e ainda de investigação científica, cuja estimativa aponta para um investimento de 300 mil euros.
Entre as várias ações previstas está a recuperação da Casa Grande da Mata da Margaraça para instalar um centro interpretativo, que já tem candidatura aprovada, “que permita aos visitantes perceber melhor a dinâmica da fauna e da flora daquele território”.
Orçada em 150 mil euros, a intervenção inclui também estruturas de visitação, interpretação e sinalética.
A Mata da Margaraça, onde se situa também a queda de água da Fraga da Pena, ocupa uma área de 68 hectares na vertente norte-noroeste da Serra do Açor, entre os 600 e os 850 metros de altitude.
“É uma floresta estudada por académicos nacionais e internacionais como sendo marco da floresta primitiva da Europa”, frisou o presidente do município de Arganil.
As medidas e ações de conservação, gestão e monitorização estão previstas implementar até 2025.
A Paisagem Protegida da Serra do Açor, que se estende por uma área de 382 hectares, apresenta valores naturais de elevado interesse conservacionista, pelas suas características geomorfológicas, riqueza da fauna e flora e pela sua elevada diversidade ambiental, já que tem referenciadas 336 espécies de vegetação diferentes.