water

Plantar água

Como se renaturaliza um rio? Sobretudo libertando-o de barreiras não naturais e permitindo a criação de galerias de vegetação, quer na água, quer ao seu redor. É no Algarve que podemos conhecer o trabalho de quem pôs mãos à obra em nome da recuperação de água em solos afetados pela seca e pelo fogo.

Restaurar a floresta para ganhar água. A equação pode não ser óbvia, mas testada nalgumas partes do mundo, está em marcha em Portugal, num esforço da Associação Natureza Portugal (ANP) e da World Wild Fife (WWF). Na serra algarvia foram plantadas mais de 50 mil árvores e arbustos mediterrânicos em zonas afetadas pelos incêndios e particularmente desertificadas.

Não só se pretende, com este projeto, reverter a degradação da paisagem e dos ecossistemas afetados pelo fogo, como um dos maiores benefícios estimados é vir a ter mais e melhor água nos solos. Quando esta floresta amadurecer, a meio do século, estima-se o ganho de mais 200 a 250 milhões de litros de água por ano.

Deixar fluir rios e ribeiras sem tantas barreiras como as que se projetam, bem como permitir a regeneração das galerias ripícolas – formações de espécies vegetais nas zonas de transição entre ecossistemas aquáticos e terrestres – , vai possibilitar a captação de água. Se, à partida, parece que ela vai fugir pelos leitos libertos, a longo prazo podemos estar a criar os mais eficientes retentores.

É através da preservação dos recursos hídricos e com métodos como este, que associa a utilização de plantas ao controlo da perda de água, que podemos vir a potenciar equilíbrios que possibilitem a sobrevivência de solos em áreas particularmente afetadas, em especial pelas secas cada vez frequentes e severas.

Veja a reportagem em RTP.


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