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Politécnico de Viana, UPorto e INEGI juntos para combater praga que ataca mirtilos

O Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) integra um projeto que, em parceria com a Universidade do Porto, visa nos próximos três anos encontrar uma solução biológica para combater praga que ataca mirtilos, foi hoje anunciado.

Em comunicado, o Politécnico de Viana do Castelo refere que o projeto, intitulado ‘STOP Suzukii’, arrancou em março com o objetivo de combater uma mosca que ataca plantações de mirtilos.

Financiado pelo Programa Operacional Fatores de Competitividade – Compete, o projeto integra também a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e o Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI).

Ao longo dos três anos, os investigadores vão estudar a “viabilidade de usar artrópodes parasitoides/predadores da [mosca] ‘Drosophila suzukii’ para os integrar nas medidas de controlo sustentável”, por forma a baixar a densidade da praga e os danos nos pomares de mirtilos.

Citado no comunicado, Júlio Lopes, professor da Escola Superior Agrária (ESA) do IPVC, afirma que o projeto pretende “encontrar uma solução para um problema emergente”: a mosca ‘Drosophila suzukii’, uma praga que ataca os mirtilos, que é “bastante prejudicial” e já está identificada a nível internacional.

“Em Portugal, a praga também já está sinalizada e a empresa que está envolvida no projeto tem tido prejuízos bastante grandes”, salienta Júlio Lopes, acrescentando que o objetivo é que a empresa “possa aplicar o resultado do trabalho nas plantações de mirtilo”.

Para tal, os investigadores vão desenvolver técnicas que permitam “controlar a praga de forma sustentável”, recorrendo para isso ao desenvolvimento de “armadilhas específicas” e à identificação de artrópodes autóctones que possam ser usados como “elementos de luta biológica”.

“Vamos observar se existem outros insetos que funcionem como predadores dessas mesmas moscas”, esclarece Júlio Lopes, salientando que uma das formas de fazer “luta biológica” é através de outros organismos e evitando o uso de químicos.

Atualmente, já existe uma espécie que é comercializada por empresas em Portugal, sendo que o objetivo dos investigadores é “identificar um predador autóctone, que já exista na natureza em Portugal, e estudar a possibilidade de desenvolver e produzir esse predador em laboratório ou cativeiro para ter uma quantidade maior para usar nesta luta biológica”.

No âmbito do projeto, a ESA-IPVC vai usar as instalações do insetário para criar condições para a produção dos predadores e testar em sistema controlado com mirtilos o desempenho desses predadores.

“Não vamos trabalhar com a mosca ‘Drosophila suzukii’, devido ao nível de risco de disseminação dessa espécie, mas com a mosca da fruta comum, que os predadores também atacam”, esclareceu o investigador.

Também no âmbito do projeto, que arrancou em março, a FCUP já identificou “alguns possíveis predadores através da captura de insetos na zona de produção” e o INEGI está a desenvolver sistemas de captura, nomeadamente, armadilhas que atraem as moscas para reduzir a sua população.

Está também prevista a implementação de técnicas culturais que minimizem a ação da praga, nomeadamente, barreiras de contenção, isto é, “a colação nas periferias dos pomares de algumas sebes que permitem o desenvolvimento de outras espécies que atacam a propagação da mosca ou até a colocação de sistemas de proteção como coberturas”.


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