População em risco de pobreza vai aumentar para 21,2% em Portugal com guerra na Ucrânia

O BEI publicou uma analise ao impacto económico do conflito na Ucrânia e consequências associadas, para as famílias, empresas, bancos e governos. Portugal está em sexto lugar no conjunto de 27 países analisados pelos economistas do BEI, no que toca ao aumento do risco de pobreza.

O Banco Europeu de Investimento publicou um relatório intitulado “The impact of the war on Europe’s economic recovery”, onde analisa o impacto económico do conflito na Ucrânia e consequências associadas, para as famílias, empresas, bancos e governos.

Portugal está em sexto lugar no conjunto de 27 países analisados pelos economistas do BEI, no que toca ao aumento do risco de pobreza.

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A inflação desencadeada pela guerra pode reduzir o consumo privado real na União Europeia em 1,1%, embora o impacto varie entre os países. O impacto será mais sentido em países onde o consumo é mais sensível aos preços da energia e dos alimentos e onde uma parcela relativamente grande da população está em risco de pobreza. Os países da Europa Central e do Sudeste europeu tendem a ser mais afetados, diz o BEI.

“O aumento dos preços dos alimentos e da energia atingirá as famílias de baixos rendimentos de forma desproporcional, mas em graus variados entre os Estados-Membros da UE. As famílias de baixos rendimentos nos países mais ricos da Europa do Norte e Ocidental são mais capazes de absorver o aumento de preços do que as famílias da Europa Central e do Sudeste, em grande parte porque as taxas de poupança e os rendimentos em geral tendem a ser mais altos”, explica o relatório.

O aumento da incerteza e os preços mais altos dos alimentos, das commodities e da energia estão a afetar o investimento e o desenvolvimento económico sustentável e inclusivo”, alerta o vice-presidente do BEI, Ricardo Mourinho Félix, no comunicado.

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Contexto induzido pela guerra apresenta novos riscos para as empresas da UE

As empresas da UE, especialmente as PME, ficaram muito afectadas durante a crise da Covid-19 e a sua capacidade de resistir à retirada dos apoio políticos já era incerta. Agora a guerra exacerbará a vulnerabilidade das empresas por meio de três canais, pela redução das exportações; pela queda dos lucros devido a preços de energia mais altos; e pela dificuldade em encontrar financiamento, pois os bancos evitam o risco.

As simulações ao nível das empresas realizadas pelo BEI sugerem que a proporção de empresas que perdem dinheiro aumentará de 8% para 15% num ano e que a proporção de empresas em risco de incumprimento aumentará de 10% para 17% no mesmo período.

Os setores dos produtos químicos e farmacêuticos, transportes, alimentos e agricultura são os mais atingidos. […]

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