satelite

Portugal e Espanha avançam com constelação de 16 satélites para vigiar florestas e oceanos

O projeto lançado inicialmente pela Agência Espacial Portuguesa alcançou o primeiro dos objetivos: garantir a participação (e o financiamento) do governo espanhol. A futura Atlantic Constellation poderá vir a tirar partido dos satélites que vão ser construídos por um consórcio liderado pela empresa portuguesa GeoSat

Os governos de Portugal e Espanha vão avançar com o lançamento de uma constelação de 16 satélites de observação da Terra até 2025, mas a futura Atlantic Constellation começou a ganhar forma um mês antes através de um projeto de empresas luso-espanholas, que pretendem lançar 19 satélites para a captação de imagens de elevada e muito elevada resolução. No final de setembro, o consórcio liderado pela empresa portuguesa GeoSat apresentou os projetos com o objetivo de garantir financiamento junto do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

A entrada em cena dos governos dos dois países, promovida pelo Tratado de Amizade e Cooperação assinado no final de outubro por António Costa e Pedro Sánchez, promete dar sequência a esta iniciativa privada, que terá como objetivo fazer a monitorização do Atlântico e das florestas.

“Vemos com interesse o alinhamento dos governos português e espanhol e a GeoSat está pronta para dar o seguimento a esse desígnio”, refere Francisco Vilhena da Cunha, diretor executivo da GeoSat, admitindo o interesse em prestar serviços à futura constelação que os governos espanhol e português pretendem desenvolver.

Apesar do interesse em participar na constelação de satélites avançada pelos dois governos ibéricos, o consórcio liderado pela portuguesa GeoSat pretende manter o objetivos definidos inicialmente. “Solicitámos investimentos para a construção de satélites, e também fábricas e serviços relacionados com as operações, mas sempre com a noção de que, mais do que um operador nacional, o objetivo passa por criar uma constelação que possa ser competitiva no mundo inteiro”, acrescenta o responsável da GeoSat.

Na Agência Espacial Portuguesa (AEP) a iniciativa governamental que foi firmada no Tratado luso-espanhol de final de outubro é encarada com naturalidade: “O esforço de lançamento de uma constelação de 16 satélites é muito grande, e por isso há o interesse de incluir mais parceiros. Se conseguirmos ficar com a capacidade de construção dos satélites em Portugal, já estamos a garantir a soberania”, explica Ricardo Conde, presidente da AEP.

Durante os últimos anos, Portugal não dispôs de qualquer constelação de satélites para a comunicação com profissionais do Estado ou representantes do Governo no estrangeiro – e o recurso a constelações estrangeiras nunca foi um obstáculo. “Sempre que precisavam, os militares portugueses no estrangeiro usavam serviços de constelações como as da AirBus…”, exemplifica Ricardo Conde.

A iniciativa dos governos de Espanha e […]


por

Etiquetas: