Todos os anos são licenciados cerca de 20 mil furos e quando há seca aumentam os pedidos de licenciamento. Ministério da Agricultura e APA apostam em mais tecnologia e maior eficiência para garantir poupança de água e prometem reforço da capacidade de fiscalização.
As chuvas de Março vieram acalmar o alarme provocado pela seca deste Inverno, mas será que a agricultura que temos – e a que planeamos para o futuro, com o aumento previsto da área de regadio – é compatível com os cenários de alterações climáticas, que apontam para uma diminuição das disponibilidades de água?
Uma auditoria do Tribunal de Contas Europeu (TCE), divulgada em Setembro de 2021, alerta para o facto de “as políticas da União Europeia não conseguirem garantir que os agricultores usam a água de forma sustentável”. Segundo o relatório, “os agricultores beneficiam de inúmeras isenções à política da água da UE, prejudicando os esforços para garantir uma boa utilização da água”. E a própria política agrícola da União “promove e, demasiadas vezes, apoia uma utilização da água mais intensiva, em lugar de uma utilização mais eficiente”.
Numa altura em que o desenho da nova Política Agrícola Comum (PAC) privilegia a “sustentabilidade económica, social e ambiental do sistema agro-alimentar europeu”, e que no novo Governo de António Costa o Ministério da Agricultura passou também a ser da Alimentação e a incluir as pescas, Portugal revê-se nesta crítica? “Mais do que nos revermos, temos que estar atentos”, […]