O ministro da Administração Interna destacou hoje o “contributo significativo” que os 144 membros das forças de segurança e proteção civil portuguesas vão dar no combate aos fogos no Chile, na partida do contingente para o país sul-americano.
“Solidariedade é a primeira palavra que queria deixar ao povo chileno, que se materializa na vossa disponibilidade”, disse José Luís Carneiro aos 144 elementos que o ouviam no aeroporto militar de Figo Maduro, antes da partida para o Chile.
“Quero deixar-vos também uma palavra de confiança nas vossas competências pessoais e capacidades técnicas e profissionais, que darão um contributo significativo para proteger pessoas, bens, as florestas, a biodiversidade, mas sei bem que a vossa primeira vocação é mesmo salvar vidas humanas”, acrescentou o governante.
Na mensagem aos membros de várias forças de segurança e proteção civil, José Luís Carneiro mostrou ainda “gratidão pela disponibilidade para servirem os valores de Portugal, que se concretizam também na frente internacional”, e deixou uma palavra de apreço pela “disponibilidade, brio e profissionalismo e vocação para servir os interesses do humanismo, solidariedade nesta missão internacional”.
Vários membros do Governo, incluindo o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Francisco André, a secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, e o secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, estiveram hoje presentes na partida da Força Operacional Conjunta (Focon) que vai ajudar a combater os incêndios em curso no Chile.
De acordo com o executivo, a Focon é constituída por 144 operacionais da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), da Força Especial de Proteção Civil (FEPC) da ANEPC, da Guarda Nacional Republicana, do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, das corporações de bombeiros da região de Lisboa e Vale do Tejo e do Instituto Nacional de Emergência Médica.
Em declarações aos jornalistas, a embaixadora do Chile em Portugal, Marina Teitelboim agradeceu a ajuda destes profissionais e lembrou os laços antigos de amizade entre os dois países.
“Portugal foi o primeiro país a reconhecer a independência do Chile, e desde aí temos uma relação muito amistosa, cordial, e temos uma história parecida de terramotos, tsunamis, ditaduras, e o povo português sempre ajudou o Chile, principalmente nestes incêndios, que são os maiores das últimas três décadas”, disse a diplomata.
O Chile está a enfrentar uma vaga de incêndios florestais no centro e sul do país com registo de várias mortes, centenas de pessoas retiradas das suas habitações e danos em edifícios.
As regiões de Biobío, Ñuble e La Araucanía são as mais afetadas.
Além de Portugal, Espanha e França também disponibilizam ajuda, tendo Madrid enviado duas equipas de combate a incêndios florestais terrestres, num total de 28 pessoas, e uma Equipa de Avaliação e Aconselhamento de Combate a Incêndios Florestais de 10 peritos. França destacou uma equipa de 80 bombeiros.