Portugueses queixam-se de escravatura e p�em patr�o franc�s em tribunal

 

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 –  26-10-2013

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Portugueses queixam-se de escravatura e p�em patr�o franc�s em tribunal

Tr�s portugueses que foram para Fran�a trabalhar sazonalmente para vinhas do sudoeste franc�s moveram uma ac��o contra a entidade empregadora, num caso que o sindicato classifica de "escravatura moderna".

"� um tr�fico organizado com recrutadores que são mandados pelos empregadores franceses para ir recrutar m�o-de-obra a Portugal", explicou � agência Lusa Magali Astruc, sindicalista da sindicato geral de trabalhadores (CGT) de Narbonne.

Dois dos portugueses foram abordados em Portugal por um conhecido que alegava que o primo (Também portugu�s) precisava de alguns trabalhadores sazonais para trabalhar em vinhas francesas.

"Fizeram-nos as promessas todas", disse � Lusa um dos portugueses.

As promessas previam um sal�rio de 700 euros por m�s, menos cerca de 400 euros que o ordenado m�nimo franc�s, com comida e alojamento inclu�dos, por 35 horas de trabalho semanais.

O alojamento prometido era partilhado entre "dez adultos e duas crian�as", numa casa com uma casa de banho, onde "s� podiam tomar banho de dois em dois dias", explicou.

A trabalhar em Fran�a desde o dia 21 de Novembro do ano passado, em Abril, o patr�o informou-os de que não teriam mais trabalho para os portugueses, comprometendo-se a pagar as horas extra trabalhadas, assim como as folhas de ordenado correspondentes.

�Cheg�mos a trabalhar vinte e quatro dias consecutivos, sem folgar, até cerca de dez horas por dia", tendo-lhes sido entregue "uma folha de ordenado com setenta horas enquanto trabalharam mais de duzentas", afirmou.

Posteriormente foram pagas as horas extra, num cheque de 30 mil euros, mas ainda sem folhas de ordenado em d�vida. No entanto, quinze dias depois a entidade empregadora processou os trabalhadores por extorsão de fundos.

"Fizemos a negocia��o, estavam os patr�es e os representantes sindicais e eles dizem que foram for�ados a assinar um cheque, ningu�m � for�ado a assinar um cheque, eles sabiam que n�s t�nhamos feito aquelas horas, por isso � que pagaram", adiantou Jo�o.

A sindicalista explicou � Lusa que "em Fran�a � impens�vel trabalhar mais de quatrocentas horas por m�s, e mesmo trabalhando as duzentas e cinquenta horas, se ele [o patr�o] lhes passar as folhas de ordenado, prova que não declarou as horas dos funcion�rios aos organismos de protec��o social".

Sem terem onde ficar e sem emprego, os trabalhadores precisam das folhas de ordenado que comprovam as horas trabalhadas e o montante recebido, de forma a conseguirem alugar uma casa e inscreverem-se no fundo de desemprego franc�s.

Desde Abril, que estáo "numa casa emprestada até ao dia 15 de Dezembro", a partir dessa data não t�m onde ficar, disse um dos portugueses.

"Viemos � CGT e foi a CGT que nos arranjou s�tio para ficar, até hoje. Estamos sem direito ao desemprego, estamos sem trabalho, sem nada. Estamos numa situa��o dif�cil", explicou Jo�o.

St�phane Cab�e, advogado do vinicultor Jacques Tibie, implicado no processo, disse � agência francesa AFP que o seu cliente "não percebe o que lhe está a acontecer".

"Contratou, como todos os anos, portugueses, por terem dificuldade em encontrar outros trabalhadores que não sejam portugueses para trabalhar nas vinhas", declarou St�phane Cab�e � AFP.

Os portugueses aguardam decisão do tribunal que devia ter sido tomada até � passada quinta-feira, mas foi adiada até ao dia 14 de Novembro.

Fonte:  Lusa


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