O preço do azeite não deverá ter “aumentos significativos em 2023”, depois de ter atingido um recorde na origem este ano, mas o consumo vai baixar, penalizado pela inflação, estimou a Casa do Azeite.
“Os preços do azeite na origem estão ao nível mais alto de sempre e já se verifica uma quebra significativa no consumo de azeite. Espera-se que não se verifiquem novos aumentos significativos, mas os preços deverão continuar a um nível bastante elevado”, antecipou, em resposta à Lusa, a secretária-geral da Casa do Azeite, Mariana Matos.
Por sua vez, o consumo “seguramente vai baixar”, tendo em conta não só o preço para o consumidor final, mas também a inflação, que continua a penalizar o orçamento das famílias.
Questionada sobre as perspetivas da associação para o Natal, a secretária-geral da Casa do Azeite notou que esta é uma época de elevado consumo, “não só porque é um ingrediente chave para todas as ementas natalícias, mas igualmente porque começa a entrar nos hábitos nacionais a oferta de azeite como presente, à semelhança do que passa com os vinhos, pelo que se espera um aumento das vendas de azeite na época do Natal”.
As exportações portuguesas de azeite aumentaram 36% em volume e 57% em valor, entre janeiro e outubro, mas as vendas internas recuaram cerca de 14% face a 2021, segundo dados avançados pela Casa do Azeite.
Por mercado, destacam-se, com os maiores aumentos, Itália (+84%) e Espanha (+55%), no que se refere à exportação de azeite a granel.
Já o Brasil continua a ser o principal mercado de destino do azeite embalado, com as exportações a crescerem 6,5%, face ao mesmo período de 2021.
Com atividade desde 1976, a Casa do Azeite é uma associação patronal de direito privado, que representa a quase totalidade das associações de azeite de marca embalado em Portugal.