A associação ambientalista Zero defendeu hoje como um “fator determinante” para a redução do desperdício de água a atribuição de um “preço justo ao recurso”, que “reflita os reais custos com a sua captação, tratamento e distribuição”.
A propósito do Dia Nacional da Água, que se assinala no sábado, a Zero, em comunicado, diz que um preço justo da água seria essencial para a valorizar enquanto bem escasso que é.
“Trata-se de algo que exige coragem política do Governo e de autarcas e que deve sempre salvaguardar os mais vulneráveis. Para a Zero, as medidas devem ser efetivamente aplicadas, não se ficando por meras recomendações como aconteceu a 21 de junho quando o Governo recomendou o aumento da tarifa da água para os grandes utilizadores domésticos, uma medida que não teve acolhimento por parte da maioria dos autarcas que decidiram pela sua não implementação”, recorda a associação no comunicado.
Embora a ONU tenha estabelecido o Dia Mundial da Água a 22 de março, o Dia Nacional da Água assinala-se a 01 de outubro desde 1983, para sensibilizar para a importância do recurso e para o seu uso mais eficiente. Este ano acontece quando Portugal atravessa um dos maiores períodos de seca de que há registo.
O primeiro dia de outubro coincide com o início do ano hidrológico, a época em que por norma as reservas hídricas estão no mínimo e que começa o período de chuvas.
No comunicado, a Zero refere que o ano hidrológico começa em crise, com uma seca que obriga a repensar urgentemente a gestão das necessidades e do desperdício de água, e com o assumir por Espanha que não cumprirá os caudais anuais integrais definidos para os rios Douro e Tejo na Convenção de Albufeira, com a anuência do Estado Português.
“A situação de seca, associada à escassez hídrica que se verifica em regiões como o Alentejo e o Algarve”, coloca Portugal “numa situação de grande vulnerabilidade no que respeita à sua segurança hídrica, revelando uma necessidade urgente de políticas de gestão da água e de uso eficiente deste recurso”, alerta a Zero, acrescentando que é preciso limitar a procura de água, particularmente no setor agrícola.
A informação acessível, rigorosa e atualizada sobre a disponibilidade de água também é fundamental, avisa.