Preços da Madeira em baixa continuada na produção, entravam qualquer “reforma das florestas” mesmo que melhor orientada

Porém e apesar das propostas da CNA, Ministério da Agricultura e Ministério da Economia não convocam a PARF para também aí se discutir este assunto.

Mantém-se em forte baixa, anos e anos a fio, o Preço da Madeira na Produção – na Mata ou à entrada da Fábrica – vector económico que tem um efeito de facto estruturante na Floresta Nacional e, em especial até, nas Fileiras do Eucalipto e do Pinheiro e, por consequência, também nos Incêndios Florestais.

A Madeira, (ao alto) na Mata, anda entre 15 e 25 Euros a tonelada (eucalipto – pinho) e à entrada da Fábrica anda entre 35 e 45 Euros a tonelada, neste último caso para a Madeira (eucalipto) dita “certificada” ou com os rolos já descascados

Entretanto, nos últimos anos, a grande Indústria (Celuloses) da Pasta de Papel e do Papel tiveram enormes lucros mas mantiveram em baixa os Preços da Madeira na Produção, aliás Preços comparativamente mais baixos até do que há 30 anos atrás.  Afinal, o tal “mercado” e a “concorrência” só funcionam em favor da grande Indústria das Fileiras Florestais…

Nestas condições, com Preços na Produção de Madeira tão continuadamente baixos e impostos pela grande Indústria das Fileiras, os pequenos e médios Produtores Florestais não obtêm rendimentos para fazerem a chamada “gestão activa” da Floresta e passam de vítimas deste sistema para alegados “responsáveis”, por exemplo, pelos Incêndios Florestais.

Por outro lado, enquanto esta situação anti-económica se verificar, enquanto não aumentarem os Preços da Madeira na Produção, não há “reforma das florestas” que vingue se com ela se pretender, efectivamente, garantir os direitos e interesses – incluindo o direito de propriedade – dos Pequenos e Médios Produtores Florestais e da Floresta Multifuncional (não-monocultural e não-intensiva).

PARF deve discutir o aumento dos Preços da Madeira na Produção

Mas Ministérios da Agricultura e da Economia fogem a convocá-la para isso

Esta PARF, Plataforma de Acompanhamento das Relações das Fileiras Florestais, é um organismo, dito de “concertação”, da tutela do Ministro da Agricultura e do Ministro da Economia e onde se reúnem organizações das Fileiras Florestais Nacionais com representantes de ambos os Ministérios.

Pois apesar dos reiterados apelos da CNA para que esta PARF discuta o aumento dos Baixos Preços da Madeira na Produção, o facto é que os Ministros da Agricultura e da Economia ainda não se mostraram disponíveis para convocar a PARF com esse objectivo, o que já demonstra falta de vontade (ou de coragem) política para também na PARF se fazer uma discussão séria sobre este problema.


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