Preços dos alimentos podem, no melhor cenário, “estabilizar” em 2023

Economistas e operadores do sector acreditam numa estabilização dos preços dos alimentos em 2023, mas nos níveis elevados em que actualmente se encontram.

Depois dos aumentos acentuados registados este ano, a evolução dos preços dos alimentos em 2023 permanece incerta, numa altura em que factores como a guerra na Ucrânia, os custos da energia, a crise climática ou mesmo a política monetária continuam a pesar sobre o cabaz alimentar. As previsões dos economistas e dos operadores do mercado, assim como os contratos de matérias-primas negociados nos mercados de futuros, apontam para uma possível estabilização dos preços dos alimentos no próximo ano, mas dificilmente irá ocorrer uma redução para os níveis que se verificavam antes da actual crise inflacionista.

Motivada num primeiro momento pelas perturbações na cadeia de fornecimento global que resultou da paralisação da economia, devido à pandemia, a inflação dos alimentos acabou, este ano, por ser acelerada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, países que, em conjunto, respondem por uma parte significativa da oferta global de produtos como o trigo, o milho ou o óleo de girassol. A isso somaram-se factores como as secas ou o aumento dos preços da energia e dos fertilizantes, que elevaram os custos de produção dos bens alimentares.

Os efeitos deste contexto em Portugal foram evidentes. Em 2022, de acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), o índice de preços no consumidor dos produtos alimentares não transformados atingiu uma variação anual média de 12,22%, a variação mais elevada desde o início da década de 1990. Entre os produtos que mais encareceram estão os óleos e gorduras, com uma subida anual que ultrapassava os 30% em Novembro, os produtos hortícolas, o pão e cereais, os produtos lácteos e a carne, todos estes com subidas superiores a 20%.

Já o próximo ano parece, para já, ser de abrandamento destes preços, um movimento que se explica, sobretudo, pela contracção da procura, o alívio dos custos da energia e o abrandamento da inflação a nível global. “A somar ao abrandamento do crescimento económico global, que tem um efeito directo modesto […]

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