As portas da primeira Escola da Floresta do país abrem em setembro, na Lousã, pela mão do Instituto Politécnico de Coimbra. O novo pólo vai contar com cursos nos domínios da floresta e do fogo que vão enriquecer a oferta formativa a partir do início do próximo ano letivo (2022/23).
Com a nova Escola da Floresta na Lousã, o IPC – Instituto Politécnico de Coimbra coloca em ação o plano de descentralizar a formação para abranger um maior número de municípios da região.
Da oferta formativa faz parte uma pós-graduação em Análise de Incêndios e 12 cursos para microcredenciação em Formação Autónoma em Análise de Incêndios, previstos no âmbito do Plano Nacional de Qualificação do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais.
A responsabilidade científica dos cursos está sob a alçada do IPC, que os leciona em parceria com vários organismos externos e empresas. Ambas as vertentes contam com a participação da UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, do ISA – Instituto Superior de Agronomia, do IPCB – Instituto Politécnico de Castelo Branco, da UÁ – Universidade de Aveiro, da ENB – Escola Nacional de Bombeiros, do ICNF – Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, da AGIF – Agência de Gestão Integrada de Fogos Rurais, da Polícia Judiciária e do ForestWise – Laboratório Colaborativo para Gestão Integrada da Floresta e do Fogo.
Formação superior também em Operações Florestais
Em paralelo, estarão disponíveis o Curso Técnico de Ensino Superior em Operações Florestais e a pós-graduação em Inovação em Gestão das Operações Florestais que terão o envolvimento de duas unidades de ensino do IPC: a ESAC – Escola Superior Agrária e o ISEC – Instituto Superior de Engenharia.
Curso e pós-graduação contam ainda com o apoio do ICNF (via COTF – Centro de Operações e Técnicas Florestais) e de várias organizações do sector, como a The Navigator Company, a ALTRI, a SONAE-ARAUCO, o CENTRO PINUS, a REN, a e-REDES e a Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente.
De acordo com um comunicado do IPC, a duração das formações varia entre um semestre e um ano no caso das pós-graduações e dois anos no caso do curso técnico.
Com a constituição da Escola da Floresta, a instituição pretende formar profissionais de elevada competência e desempenho, contribuindo para “o aumento de competências que o país precisa”, como afirmou o presidente do IPC, Jorge Conde, na cerimónia pública da assinatura do protocolo de colaboração com a Câmara Municipal da Lousã. Na mesma cerimónia, o vice-presidente da Comunidade Intermunicipal da região de Coimbra (CIMRC), Luís Paulo Costa, refere-se à Escola da Floresta como um “hub para a floresta” e um exemplo de como a ciência aplicada e a academia se podem aproximar ao território, aumentando a sua resiliência perante os incêndios rurais.
A criação da Escola da Floresta é a primeira iniciativa do Politécnico de Coimbra na sequência do Programa Impulso, que junta diferentes entidades – câmaras municipais, empresas e instituições do sector social –, neste caso sob coordenação do IPC, da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra e da Câmara do Comércio de Indústria do Centro. Para o futuro está também previsto o alargamento das áreas de estudo ao turismo de natureza e de montanha, numa parceria com a Escola Superior de Educação de Coimbra, podendo ser envolvidas outras instituições de ensino.
O artigo foi publicado originalmente em Florestas.pt.