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Produção agrícola em 2020/2021 em Moçambique superou média dos últimos 10 anos – Governo

A produção agrícola na campanha 2020/2021 em Moçambique cresceu 8,2%, superando a média de 3,1% da última década, apesar das adversidades face à covid-19 e a desastres naturais, indica um relatório do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural.

Segundo o documento, a que a Lusa teve acesso, a produção na campanha, que começou em outubro de 2020 e terminou em setembro de 2021, ocupou 15,8% dos cerca de 36 milhões de hectares de área com potencial agrícola no país.

No total, indica o documento, a produção agrária ocupou 5,7 milhões de hectares e os cereais e as leguminosas representaram 80% da área cultivada.

Para o Ministério da Agricultura, o crescimento em 8,2 %, que é superior à média registada nos últimos 10 anos (3,1%), é o resultado da intensificação da produção agrícola através do Sustenta, programa lançado pelo executivo moçambicano em 2017 e que tem como objetivo reforçar a capacidade dos pequenos agricultores.

“Foram integrados cerca de 299.891 agregados familiares em programas de fomento (cerca de 599.782 pequenos produtores), beneficiando cerca de três milhões de moçambicanos. Este registo marca um crescimento de número de produtores integrados em políticas de fomento em 49,1% face a campanha passada”, refere o relatório.

Apesar dos resultados alcançados serem classificados como positivos, o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural refere que a campanha 2020/2021 foi marcada também por adversidades em resultado do impacto das restrições impostas pela covid-19 e de desastres naturais.

“O fenómeno ‘La Niña’ influenciou o clima em Moçambique, provocando fenómenos climatéricos adversos [estiagem, chuvas irregulares, temperaturas altas, inundações, descargas, tempestades e ciclones tropicais] com destaque para ocorrência de três ciclones que afetaram o território nacional [o Chalane, o Eloise e o Guambe]”, indica o comunicado.

No total, segundo os dados, 508.842 hectares foram afetados por estes fenómenos, o que representa perto de 8,2 % da área cultivada durante a campanha, e pouco mais de 280 mil produtores sofreram com os fenómenos em 87 distritos do país.

Além do ‘La Niña’, as pragas, com destaque para “a da lagarta do funil de milho e do gafanhoto elegante”, foram outras ameaças, tendo os produtores perdido 57.612 hectares de culturas diversas.

Como forma de resistir aos altos índices de pobreza e à desnutrição crónica, a maior parte da população moçambicana, que vive em zonas rurais, recorre à agricultura de subsistência como único meio de sobrevivência.

O Governo, que definiu a agricultura como uma prioridade da economia moçambicana, tem apontado a industrialização do setor e aposta na comercialização como um dos seus principais desafios.

A campanha agrária 2021/2022 foi hoje lançada na província de Manica pelo Presidente Filipe Nyusi, e o “aumento da produtividade e produção agrária” é prioridade definida.


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