Tendências de plantação e desafios de produção num sector em desenvolvimento.
Nota prévia
A AGRO.GES teve o prazer de colaborar com os especialistas em produção de amêndoa David Doll e João Freire de Andrade na elaboração de um artigo técnico submetido no âmbito do IV International Symposium on Horticulture in Europe, organizado pela International Society for Horticultural Science, que decorreu entre 8 e 11 de Março.O artigo em questão é reproduzido neste documento.
Resumo
Portugal é um país tradicionalmente produtor de amêndoas (Prunus dulcis), caracterizado por um clima mediterrânico. O clima em Portugal difere ao longo do País, embora a maioria das regiões seja geralmente favorável à produção de amêndoa devido aos Verões quentes e secos, ao baixo risco de geadas na Primavera e à precipitação durante o Inverno e Primavera. A produção de amêndoa em Portugal tem tradicionalmente assentado em sistemas de sequeiro, estando concentrada no norte do país. A produção nesta região é limitada pelas condições climatéricas durante a floração e na Primavera, bem como pela falta de rega. As produtividades variam de ano para ano, com uma média de 650 kg/ha de miolo em cerca de 20.000 ha. A área plantada nesta região não variou significativamente na última década. Condições semelhantes estão também presentes na região sul de Portugal, mas devido à baixa produtividade (150 kg/ha de miolo) e outros usos do solo, a área plantada diminuiu para cerca de 7.400 ha de plantações mistas de amendoal e olival. Recentemente, têm-se vindo a observar um aumento do desenvolvimento do sector nas proximidades dos rios Tejo e Guadiana. Estas regiões utilizam infraestruturas de rega no abastecimento de água, para dar resposta às necessidades das plantas. A produção nestas regiões é mais elevada, com amendoais bem mantidos que produzem 1.500-2.500 kg/ha de miolo. O investimento contínuo nestas regiões levou a um aumento nas áreas de amendoal, com cerca de 6.000 ha de plantações em produção e 6.000 ha de plantações recentes ainda sem produção. Prevê-se que esta expansão tenha continuidade. Os desafios que se colocam ao sector incluem a presença de doenças e infestantes, baixa qualidade das estradas, o que dificulta o transporte, e reduzida capacidade de processamento pós-colheita. Ainda assim, a produção de amêndoas deverá exceder as 50.000 toneladas de miolo em 2030.
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D.A. Doll – Rota Única Amêndoas, Évora
J. Freire de Andrade – AlmondPT, Alpiarça
P. Serrano – AGRO.GES, Sociedade de Estudos e Projectos, Cascais.
O artigo foi publicado originalmente em AGRO.GES.