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Produto da refinação de açúcar usado como fertilizante e agricultores avaliam novidade

A Sidul está a disponibilizar aos agricultores um produto resultante da refinação do açúcar, que pode ser usado como corretivo ou adubo, reduzindo o uso de químicos, com o setor a garantir estar atento a este tipo de alternativas.

Em causa, estão as “terras de carbonatação, um produto fertilizante resultante da produção de açúcar de cana, pelo processo de carbonatação”, explicou, em resposta à Lusa, o ‘environmental department manager’ da Sidul Açúcares, João Afonso.

Na prática, este produto pode ser utilizado como corretivo de acidez ou adubo cálcico, tendo como principal vantagem o aumento do teor do cálcio no solo e a maior capacidade deste em fixar nutrientes, tais como o potássio e o magnésio, e de os fornecer às culturas.

Em 2018, foi solicitado à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) um parecer sobre as terras de carbonatação, relativamente ao seu enquadramento como produto fertilizante, que foi positivo.

De acordo com a Sidul, este pode ainda ajudar na redução da utilização de químicos dentro das suas utilizações.

Questionado sobre a possibilidade de a empresa começar a comercializar este fertilizante, João Afonso disse que a Sidul está disponível “para conversar com todos os possíveis utilizadores” e discutir “caso a caso”.

Fonte da direção da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) sublinhou que “cabe aos agricultores avaliarem se esta alternativa vai ao encontro das suas necessidades e expectativas”, ressalvando estar atenta às soluções que contribuam para uma “agricultura moderna, sustentável e eficiente”.

A confederação assegurou ainda que está “continuamente do terreno” a avaliar este tipo de soluções, que respondam ao objetivo de uma agricultura sustentável.

“Naturalmente, quando estas soluções inovadoras partem da valorização de desperdícios, integrando-se numa verdadeira lógica de economia circular, na qual a agricultura desempenha um papel fundamental, o seu benefício pode ser exponencial”, destacou.

Em 13 de maio, a CAP divulgou uma nota a dar conta que o Conselho Consultivo do Azeite tinha convidado a Sidul Açúcares a demonstrar que produto pode ser um corretivo do solo.

“O interesse do produto, apresentado em contexto restrito no Conselho Consultivo do Azeite, justifica a partilha com outros setores da atividade agrícola, reforçando, simultaneamente, a aplicação do conceito de ‘economia circular’ na agricultura”, lê-se no documento.


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