A BIOS, a start-up que aproveita o desperdício energético dos edifícios e respetivas emissões de CO₂ para produzir vegetais e legumes, está mais perto de produzir comida nutritiva com menos recursos e a um preço mais acessível, após ter alargado a sua rede de parcerias. Em comunicado, a start-up revela que conta agora com a Schneider e a Nimbus Research Center “para melhorar e otimizar o projeto”.
A parceria com a Schneider permitirá à equipa ter tecnologia para monitorizar e comunicar entre hardware/software e diferentes bases de dados. Já a Nimbus Research Center, um centro de pesquisa e desenvolvimento na Irlanda, está a apoiar o desenvolvimento de uma base de dados.
“Hoje em dia, a produção agrícola convencional não é praticada de um modo inteiramente sustentável e nem sempre se fala na qualidade dos alimentos que daí provêm. A nossa equipa acredita que pode integrar, com sucesso, sistemas de agricultura vertical em edifícios pois existe um potencial de recuperação/reuso de energia para o cultivo de plantas, o que significa que, no futuro, poderemos produzir alimentos frescos com um alto valor nutritivo a custos acessíveis para a comunidade”, refere Michael Parkes, fundador de BIOS.
A “energia elétrica é, normalmente, o recurso usado de maneira menos eficiente, o que pode tornar um projeto do género pouco viável do ponto de vista económico”, refere Paulo Pereira, membro da equipa BIOS e especialista em projeto e operação de sistemas de agricultura vertical. “Vamos tentar obter respostas para a sua otimização através da aquisição e processamento dos dados, o que se poderá traduzir numa redução do consumo de energia por quilo de comida produzida ou na geração de energia no local que permita cobrir todas as necessidades de produção a baixo custo”, explica.
Reduzir o desperdício energético dos edifícios e as emissões de carbono decorrentes do funcionamento dos mesmos, facilitar o acesso a produtos alimentares locais, saudáveis e sustentáveis em zonas urbanas e reduzir o desperdício alimentar nas cidades são os grandes objetivos da BIOS.
Além destes parceiros, a start-up conta ainda com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, com a validação científica a ser realizada pelo Instituto Superior Técnico, e o projeto-piloto está a ser desenvolvido em parceria com a NOVA SBE.
Estima-se que a construção e operação do projeto possa acontecer já no primeiro semestre de 2021. “A capacidade de produção diária pode vir a andar à volta de 50 alfaces”, adianta Michael Parkes.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.