O Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo (PSAA), projeto liderado pela Olivum, em parceria com a Universidade de Évora, promoveu um debate no seu grupo-piloto sobre a dimensão social da sustentabilidade e do património cultural na olivicultura.
O grupo alertou para a importância de cada produtor fazer um levantamento e uma avaliação do património cultural existente na sua exploração, procedendo a uma correta preservação do mesmo e valorizando-o, partilhando-o e dando-o a conhecer à sociedade.
Em comunicado, o PSAA informa ainda que “o grupo demonstrou, no entanto, preocupações quanto à elevada burocracia e morosidade do processo que este levantamento e avaliação implicam. Foi também expressa a vontade de valorizar o azeite enquanto produto histórico, característico da cultura portuguesa e da dieta mediterrânica, através de museus, centros interpretativos ou roteiros”.
Relativamente a questões sociais, os olivicultores e produtores de azeite deram o seu testemunho quanto ao que já fazem, como:
- a formação e as condições oferecidas aos seus colaboradores;
- a contratação de mão de obra e fornecedores locais;
- o recrutamento de jovens estagiários que frequentaram universidades da região;
- a abertura da sua propriedade para a prática de atividades recreativas, como a caça ou a pesca;
- o envolvimento com a academia em estudos e ensaios de campo;
- o apoio monetário a associações e estruturas de apoio social;
- a abertura do seu olival ou lagar para visitas de estudo de alunos do ensino pré-escolar, básico ou secundário.
Apesar disso, notam a “dificuldade que existe atualmente na aquisição e retenção de trabalhadores apesar das condições oferecidas. Foi ainda sublinhada a importância de uma relação transparente com a comunidade, freguesias, municípios e vizinhos, abrindo sempre que possível as portas dos olivais e lagares para dar a conhecer à população o que ali é feito”.
Recorde-se que o PSAA tem como principal objetivo certificar o azeite, demonstrando ser produzido de forma sustentável e reforçando o seu valor.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.