Nos dias 27 de fevereiro e 1 e 3 de março, a equipa do projeto “AlViGen: Criação de polo no ALentejo para a VIgilância GENómica de doenças na agricultura” iniciou o trabalho de trabalho com a instação de armadilhas de esporos, conhecidas como capta-esporos, em campos de trigo. As armadilhas permitem captar esporos e identificar as espécies de fungos que circulam no ar e, em particular, as variantes do fungo Puccinia striiformis, causador da ferrugem amarela no trigo, bem como as suas características de virulência e resistência a fungicidas.
No total, as armadilhas de esporos serão instaladas em oito campos de trigo do Alentejo (Alto, Central e Baixo) e da Extremadura Espanhola, duas das regiões mais pobres da Europa, cuja economia é largamente dependente da agricultura, e nas quais o fungo Puccinia striiformis tem tido particular impacto.
O objetivo da instalação destes campos de trigo é implementar uma rede transfronteiriça de armadilhas que captem esporos do ar e que permitam detetar precocemente os fungos que circulam no ar.
A equipa recolhará amostras com uma periodicidade semanal/quinzenal, durante 3 meses por ano, durante o ciclo produtivo do trigo. A monitorização regular da diversidade de espécies de fungos que circulam sobre os campos de trigo permitirá também detetar o aparecimento de novos fungos patógenicos.
O trabalho de campo contou com a colaboração de Manuel Patanita, docente no Instituto Politécnico de Beja (IPBeja), de Benvindo Maçãs, diretor do pólo de INIAV de Elvas, e de Paulo Velez, responsável de produção na CERSUL – Agrupamento De Produtores De Cereais Do Sul.
O AlViGen, coordenado pelo InnovPlantProtect (InPP) em parceria com a Universidade de Évora (UÉ), foi um dos projetos-piloto inovadores selecionado no passado mês de outubro e financiado pela Fundação La Caixa, Banco BPI e Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), no âmbito da 4ª edição do Programa Promove. Este projeto permitirá ao InPP criar capacidade para detetar precocemente doenças de múltiplas culturas, através de métodos moleculares que permitem identificar características importantes dos agentes patogénicos, tais como virulência, variedades suscetíveis e resistência a fitofármacos, beneficiando produtores e autoridades governamentais.
Saiba mais informações sobre o projeto AlViGen na webpage do projeto aqui.
O artigo foi publicado originalmente em InnovPlantProtect.