O Governo são-tomense e Organização das Nações Unidas no país lançaram hoje um projeto conjunto avaliado em 1.6 milhões de dólares (1.5 milhões de euros) para valorizar os produtos locais e promover o bem-estar sustentável dos santomenses.
O projeto tem a duração de 24 meses e é financiado pelo Fundo Conjunto dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para os pequenos Estados insulares e co-implementado por quatro agências da Organização das Nações Unidas (ONU), nomeadamente a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), o Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (UN-HABITAT) e Programa Alimentar Mundial (PAM).
Na cerimónia de lançamento, o ministro da Agricultura, Pescas e Desenvolvimento Rural, Francisco Ramos manifestou o compromisso do executivo são-tomense neste processo, considerando que irá beneficiar São Tomé e Príncipe “através da construção de um polo agroalimentar” na comunidade de Uba Budu, no distrito de Cantagalo, a ser equipado “com tecnologias inovadoras para o processamento, conservação e armazenamento de alimentos produzidos localmente” em condições adequadas para que possam ser comercializadas e consumidas em prazos mais longos.
O ministro considera que este projeto “contribuirá para a redução da importação de bens alimentares”, contribuir para a segurança alimentar e nutricional no país, e ainda “ajudar o Governo no combate ao desemprego, criando vários postos de emprego direto e indireto, sobretudo numa abordagem de valorização do trabalho feminino e dos jovens”.
Francisco Ramos realçou que apesar de São Tomé e Príncipe ter condições climáticas para produção de várias culturas e produtos, o país tem uma importação de farinha de milho que ronda 850 toneladas anual e o feijão seco quase 500 toneladas” por não ter “infraestruturas dotadas de tecnologias capazes de garantir a produção em quantidade e qualidade e o processamento destas culturas”.
As autoridades pretendem expandir o projeto lançado hoje com vista a construir um sistema de indústria agroalimentar sustentável e ecologicamente correto em São Tomé e na Região Autónoma do Príncipe, para melhorar a produção, processamento, armazenamento e conservação local de alimentos.
“Nós temos em vista transformar o milho em farinha de milho, fazer a secagem de feijão para ser comercializado no mercado nacional e também para a exportação”, disse hoje a encarregada do escritório do PAM em São Tomé e Príncipe, Edna Perez.
“Nós também iremos investir em políticas públicas para assegurar que os produtos que são transformados nesta comunidade possam estar ao nível dos padrões internacionais de produtos transformados”, acrescentou.
O representante das Nações Unidas, Eric Overvest considerou que trata-se de “um projeto muito importante e inovador que tem uma componente social que trabalha com as questões de violência do género, do alcoolismo” e outros problemas sociais.
“Queremos apoiar com tecnologias verdes para melhor armazenamento e processamento de produtos locais” disse o coordenador residente da ONU em São Tomé e Príncipe.
Na sua fase piloto, o projeto será implementado na comunidade de Uba Budu, Distrito de Cantagalo.