O algoritmo aplicado classifica as árvores secas de forma conservadora – sendo sempre necessária uma aferição local dos resultados através de amostragem pontual, mas a cartografia resultante do “GEOSUBER – Monitorização do montado” torna possível identificar também as zonas com perda de vitalidade nas explorações.
Os diferentes métodos de deteção remota (obtenção de imagens) testados têm níveis de precisão distintos, pelo que o método deve ser escolhido consoante o objetivo, a informação disponível, a escala do trabalho e as características do montado.
As imagens de satélite, com melhor resolução, têm um maior custo por hectare, mas acabam por compensar nas propriedades de maior dimensão ou nas que se encontrem integradas em organizações de produtores florestais. A partilha de custos entre proprietários associados nestas organizações permite obter imagens de melhor qualidade e uma redução de 80% dos custos operacionais, tendo em conta que a monitorização remota vai dispensar que se percorra toda a propriedade para localizar as árvores secas.
A informação obtida obriga a uma georreferenciação prévia de todos os sobreiros (a realizar apenas uma vez num período de 10 anos), sendo depois necessária uma avaliação da qualidade da informação gerada, por técnicos devidamente treinados na aplicação do algoritmo e análise dos resultados.
O sistema está implementado desde janeiro de 2022 nas organizações de produtores filiadas da UNAC, entidade que conta com técnicos treinados para a aplicação do algoritmo. Toda a informação produzida, no futuro, vai permitir melhorar o algoritmo e a precisão da cartografia gerada. A legislação atual mantém a obrigatoriedade de marcação física dos sobreiros e azinheiras secas, procedimento que se espera vir também a ser atualizado tendo em conta os resultados do Grupo Operacional Geosuber.
O projeto foi finalista do Prémio Empreendedorismo e Inovação da CA, na categoria Inovação, em 2017 e vencedor na 3ª edição do Prémio Floresta e Sustentabilidade (2020/21), na categoria Inovação e ciência.
O artigo foi publicado originalmente em Florestas.pt.