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Projeto LIFE STOP Cortaderia chega ao fim

O projeto LIFE STOP Cortaderia, que teve a Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) e a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia como parceiros nacionais, e foi coordenado pela AMICA, uma Organização Não Governamental de cariz social da Cantábria, Espanha, terminou no final do passado mês de setembro, após o quarto e último seminário técnico levado a cabo nos dias 20 e 21 do mesmo mês, em Santander.

O projeto trabalhou, entre 2018 e 2022, em duas frentes: o Arco Atlântico, onde as ações se centraram na sensibilização, mobilização e formação de atores no território; e a comunidade da Cantábria, onde se trabalhou para reduzir significativamente a presença de Cortaderia selloana, erva-das-pampas, com a criação de emprego para pessoas com deficiência.

Em Portugal especificamente, foram realizadas uma série de atividades de sensibilização, divulgação, formação e investigação, a saber: colaboração na redação da “Estratégia Transnacional de luta contra Cortaderia selloana no Arco Atlântico” e o seu documento síntese; promoção da Estratégia junto das entidades portuguesas, com o envio de 480 emails e 366 cartas e posterior adesão oficial de 56 entidades Portuguesas; organização de 2 reuniões do Grupo de Trabalho em Coimbra, uma presencial e outra em formato online; lançamento da rede de alerta precoce com página e aplicação móvel “STOP Cortaderia”, com 68 utilizadores registados e acima de 230 avistamentos exclusivamente nesta rede, e ainda centenas de avistamentos noutras redes (invasoras.pt, gbif.org,…), os quais foram incorporados no STOP Cortaderia, perfazendo mais de 8000 avistamentos em Portugal, Espanha e França; mapeamento da erva-das-pampas à escala nacional com recurso a técnicas de deteção remota da imagem espectral da espécie em flor, com treino de modelos de computador recorrendo a drones; colaboração na redação e tradução para português do “Manual de Boas Práticas para o controlo de Cortaderia selloana”, impressão e disponibilização na página web do projeto; posterior envio de 366 cartas com o KIT STOP Cortaderia. Refira-se que em 2022 foi atualizada a versão do manual publicado em 2020, contemplando esta versão novos capítulos dedicados à ciência e conhecimento da erva-das-pampas, diferentes técnicas inovadoras que estão a ser testadas para a identificação, controlo e eliminação da espécie, gestão dos restos vegetais e subsequente restauração do terreno; realização de 22 ações de formação para cerca de 600 cidadãos e profissionais de diferentes áreas, incluindo técnicos rodoviários, gestores, jornalistas, professores, jardineiros, produtores florestais, etc… adicionalmente foram realizadas 3 ações de voluntariado e 1 de controlo, 3 webinares, participação em 4 congressos/seminários e organização de um seminário do projeto, assim como colaborações pontuais com outros projetos relacionados com a erva-das-pampas; publicação regular de informação, fotografias e vídeos nas redes sociais do projeto (#stopcortaderia), que somam mais de 4.000 seguidores; colaboração no boletim informativo, enviado trimestralmente a mais de 600 assinantes; referenciação em mais de 100 notícias de meios de comunicação social tradicionais e digitais, e revistas; colocação de cartazes publicitários (mupies) nas ruas de 16 municípios portugueses no Grande Porto e Litoral Norte; realização de um inquérito à população sobre a erva-das-pampas e investigação sobre diversas componentes relacionadas com a biologia e ecologia da erva-das-pampas, com a preparação de artigos científicos, ainda em curso.

Para Hélia Marchante, professora responsável pelo projeto na ESAC, no final destes quatro anos de trabalho, “há a sublinhar o efeito multiplicador que este projeto conseguiu ter, com muitas das entidades nacionais que aderiram à Estratégia Transnacional a envolver-se ativamente na luta contra esta espécie invasora. No entanto, a espécie continua a estar presente e a proliferar vigorosamente em muitos locais pelo que é essencial que haja continuidade nas intervenções iniciadas anteriormente. Quanto ao IPC, o compromisso enquanto entidade aderente da Estratégia é dar continuidade à aposta na divulgação do problema e esclarecimento técnico de outras entidades aderentes que pretendam controlar a espécie.”

Artigo publicado originalmente em ESAC.


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