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Proprietários Rurais contra a “ecoditadura” partidária

[Fonte: ANPC] A Associação Nacional de Proprietários Rurais e Gestão Cinegética e Biodiversidade – ANPC – enquanto entidade que representa proprietários rurais e gestores cinegéticos, que contribuem para a sustentabilidade do mundo rural, para a promoção da conservação da natureza e fomento da biodiversidade em Portugal, tem seguido com atenção os vários debates políticos no âmbito das Eleições Legislativas de 6 de outubro.

Sem querer tomar uma posição política, pois os temas que defende são suprapartidários, sente que, face ao conteúdo das discussões, deve emitir a seguinte nota informativa:

  1. O tema da Ecologia está, hoje em dia e mais do nunca, presente no debate político e nas discussões partidárias, o que é de saudar pois é uma preocupação que a ANPC tem desde a sua fundação, há quase 30 anos.
  2. Constata-se, no entanto, que este tema nem sempre é tratado com o devido enquadramento, resvalando para discussões extremistas, muitas delas desfasadas da realidade do mundo real,  que em nada beneficiam a urgência de medidas políticas eficazes para fazer face a problemas concretos como a sustentabilidade do mundo rural, a defesa da biodiversidade e da conservação da natureza e o combate e adaptação às alterações climáticas.
  3. Não basta dizer que se é “amigo dos animais” para que, efetivamente, se defenda os animais. E isto não é algo que seja dirigido a um partido em particular, mas sim a todos, já que nenhum partido diz que não é amigo dos animais. A humanização dos animais é um principio com o qual discordamos totalmente, concordando sim com o reforço dos deveres das pessoas para com o bem estar animal, desde que devidamente enquadrados com as leis nacionais e comunitárias. Importa que se aposte num estado eficaz de fazer cumprir as leis vigentes, e não cair no radicalismo de proibir por decreto devido à inércia ou inoperacionalidade dos serviços do estado.
  4. A ANPC alerta, isso sim, para o risco dos discursos fáceis cujo único objetivo é o de criar os chamados “sound-bytes” na procura de votos. Mas, teme, que serão votos desinformados e com um preço a pagar, que podem resultar em anos fatais de atraso na resolução do que realmente está em causa.
  5. O mundo rural e as suas atividades e tradições, e a gestão cinegética em particular,  não podem ser vistos como negativos, quando a gestão destas atividades faz parte da Natureza e do equilíbrio dos habitats. Também é ecologia, e qualquer tentativa de a marginalizar será pura “Ecoditadura”. E isso a ANPC não quer que contamine a democracia em Portugal.
  6. A ANPC estará sempre ao dispor de qualquer partido, seja qual for a sua orientação ideológica, para informar e esclarecer sobre todas as questões ligadas ao mundo rural, à gestão cinegética e à proteção da biodiversidade. É nossa prioridade promover a mensagem que mudanças nas formas como se lida com a ecologia têm necessariamente que passar pelos únicos que têm a capacidade de as colocar em prática, ou seja, quem vive e trabalha no mundo rural. É as estes, e para estes, que importa desenhar as novas políticas, e traçar as novas metas, de modo que as mesmas sejam exequíveis. Legislar de uma forma autista de nada serve, se não se salvaguardar a sustentabilidade social, económica e cultural de quem tem a capacidade de promover e manter a sustentabilidade ambiental no terreno.

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