Os partidos que formam a coligação do Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) apresentaram hoje um projeto de resolução para recomendar ao executivo regional a adoção de “apoio direto” aos produtores de leite de São Jorge para “incentivar a produção”.
A iniciativa legislativa conjunta dos três grupos parlamentares, apresentada hoje na ilha de São Jorge, pretende “a adoção de uma medida de apoio direto aos produtores de leite” daquele território através do Programa POSEI, de fundos comunitários, para “incentivar a produção de leite”.
O documento recomenda também ao Governo Regional que promova “ações de promoção [marketing] e de inovação do queijo produzido pelas Cooperativas, por forma a conseguir-se a valorização do queijo de São Jorge e consequente repercussão no rendimento dos produtores”.
Os partidos da coligação sublinham, no documento, a “importância de manter a produção de leite nesta ilha”, nomeadamente quando “muitos dos produtores” estão “desmotivados em dar continuidade a este tipo de produção, por diversos motivos, como a falta de mão-de-obra ou os custos de produção”.
O Programa POSEI, observam, “reconhece e apoia a diferenciação produtiva das Regiões Ultraperiféricas” e “a produção de leite em São Jorge apresenta uma especificação única nos Açores, que importa ser considerada neste programa”.
O projeto de resolução, a que a Lusa teve acesso, destaca que “o leite entregue pelos produtores de São Jorge permite a produção do queijo de São Jorge, um Produto de Denominação de Origem Protegida (DOP)”, para além de ser “um produto de referência dos laticínios dos Açores”.
A resolução chama ainda a atenção para “a importância dos produtores de leite para a elaboração do Queijo de São Jorge”, notando que existiam na ilha 214 produtores em 2020 e 211 em 2021.
Por outro lado, acrescentam, “os critérios de classificação do leite para a Ilha de São Jorge são de maior exigência pelo seu método de produção”, alertando também para “as limitações do tipo de forragem permitido para a alimentação das vacas leiteiras”.
Os parlamentares indicam, igualmente, que “a constante diminuição dos litros de leite entregues pelos produtores de leite nas fábricas poderá pôr em causa a sustentabilidade do setor cooperativo”.