Nos anos 90, o Captain Planet entrou pelas nossas televisões de casa a mostrar aos mais novos, com fibra e sem paternalismos, o combate à poluição atmosférica, às marés negras, à extinção de espécies animais, alertando para os comportamentos humanos insustentáveis do ponto de vista ambiental. Nas manhãs de desenhos animados, a luta pela questão ambiental era mostrada como o combate existencial e estávamos, ainda, a despertar para a questão climática.
Em 30 anos parece que nada aprendemos. Reciclamos mais, mas a nossa pegada ecológica aumentou; marchamos afirmando que não existe um Planeta B, mas não adotamos hábitos mais sustentáveis. Sentimo-nos super eco-friendly ao substituir as filas matinais de automóveis a gasóleo e gasolina por filas matinais de automóveis elétricos. Somos trendy quando vamos de carro ao centro comercial climatizado, comprar uma t-shirt feita no Bangladesh e escolhemos comprar um saco de papel.
Nos anos 90, assistíamos em choque aos incêndios que assolavam Portugal em julho e agosto, hoje assistimos em choque aos incêndios que assolam o país de maio a outubro.
Em 2016 o primeiro-ministro António Costa dizia-se chocado, pois dez anos depois, a reforma florestal não foi feita. Em 2017, o ano de Pedrógão, o mesmo primeiro-ministro António Costa prometeu a grande reforma e reordenamento da floresta. Na zona do Pinhal Interior foi lançado um «projeto-piloto» de «reordenamento da floresta e […]