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Quinta da Cholda partilha boas práticas de gestão da água na cultura do milho em dia de campo do projeto aQuacer

Exploração modelo na cultura do milho demonstra que é possível produzir mais e de forma mais sustentável com menor consumo água. O segredo está em medir para gerir de forma eficiente.

“O projeto aQuacer está muito integrado na nossa lógica de poupança de água, há muitos anos que temos o desígnio de perceber até que ponto podemos produzir mais com menos água”, explica João Coimbra, administrador da Quinta da Cholda, que foi o anfitrião da 4ª ação do projeto aQuacer- Eficiência do Uso da Água na Fileira dos Cereais, realizada a 29 de junho, na Azinhaga (Golegã).

Conhecida pela extrema eficiência na gestão dos recursos, a Quinta da Cholda considera que ser eficiente é reduzir o desperdício, ou seja, usar a água mínima necessária para atingir produções de milho elevadas. Em 23 anos (entre 1988 e 2011), esta quinta modelo aumentou a produtividade da água em 335% e prossegue no caminho da eficiência, acrescentando cada vez mais tecnologia à tomada de decisão.

Mede em contínuo o clima (com estações meteorológicas), para perceber as necessidades das plantas, bem como o consumo da água e da energia (com caudalmetros, contadores de energia, sondas de monitorização da humidade no solo), usando também imagens de satélite e por drone para aferir o estado vegetativo das plantas.

“Temos que verificar se a água que colocamos é na dose certa e se está na zona das raízes do milho e no final do ciclo medimos as produções para perceber até que ponto as poupanças estão ou não a retirar produtividade à cultura. Cada vez mais estamos interessados em reduzir os consumos de água até ao limite em que as produções comecem a baixar. Cada litro de água tem de produzir mais e de forma mais eficiente e sustentável, com menos emissões de carbono”, explica o administrador da Quinta da Cholda.

A gestão eficiente da água é fundamental no atual cenário de alterações climáticas e Portugal é um dos países mais vulneráveis às mudanças do clima.

“Para Portugal Continental projeta-se um aumento médio da temperatura de 2ºC a 5ºC, até final do século, consoante os cenários mais otimista ou mais pessimista, e perdas de precipitação acentuadas, que podem ir até aos 10% a 15% nas regiões Norte e Centro, e até aos 30% na região Sul”, explica Vanda Pires, técnica da divisão de clima e alterações climáticas do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), entidade parceira do aQuacer.

Para os produtores de milho este é um projeto de enorme relevância, tal como explica o presidente da ANPROMIS, Jorge Neves: “A ANPROMIS pretende com este projeto ajudar a capacitar os produtores de milho para as boas práticas de utilização da água no regadio. Escolhemos a Quinta da Cholda para a primeira ação de capacitação porque é uma exploração modelo na cultura do milho em Portugal e até a nível europeu”.

O projeto aQuacer é uma iniciativa conjunta da ANPROMIS – Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo, da ANPOC – Associação Nacional de Produtores de Cereais e do COTARROZ – Centro Operativo e Tecnológico do Arroz, juntamente com o COTR- Centro Operativo e Tecnológico do Regadio e o IPMA – Instituto Português do Mar e da Atmosfera. Estas entidades uniram-se para responder ao repto da Fundação Calouste Gulbenkian de valorização da água no setor agroalimentar, no âmbito da qual foi aprovada a candidatura ao concurso de apoio à demonstração na gestão da água da rega através do projeto aQuacer.


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