Setembro marca o arranque das vindimas, mantendo a tradição nas encostas da sub-região de Silgueiros, num ano de novos lançamentos para o mercado.
Na Quinta Dona Sancha, inicia a época das vindimas representando o culminar do ciclo que se prepara ao longo de todo o ano. Afinada a maturação, cada parcela dos cerca de 50 hectares da Quinta tem a devida atenção por parte da equipa de enologia com o objetivo de obter a perfeição de cada variedade plantada no momento da colheita. Este processo requer uma análise minuciosa para garantir que a natureza seja o fator chave dos vinhos que aqui se produzem, definindo a sua identidade.
Para o produtor, Rui Parente, esta fase assinala “o ponto alto de um longo ciclo de dedicação e planeamento, a concretização de objetivos traçados desde os primeiros passos deste projeto”. Num ano “especial” marcado pelo lançamento de novas referências no mercado em breve, “continuamos a trabalhar para oferecer o melhor aos nossos clientes, entusiasmados pelas novidades que vêm enaltecer o portfolio”, acrescenta. O responsável afirma ser essencial “valorizar e proteger as particularidades deste território único”, em referência à Sub-Região de Silgueiros, “tirando partido dos recursos de forma equilibrada e sustentável, sem nunca esquecer a herança histórica e natural que o distingue”.
Na colheita de 2025, a equipa acompanha de perto a evolução de castas como o Encruzado, o Cerceal-Branco, a Touriga Nacional e o Jaen, variedades antigas que brilham a solo, destacando também outras típicas da região, que expostas ao granito e à brisa das serras que circundam os vinhedos, anunciam uma colheita promissora em qualidade. O ano foi marcado por uma forte pluviosidade no final de maio e início de junho, seguida de sucessivas vagas de calor nos meses subsequentes, condições que trouxeram desafios à maturação. Apesar de se prever uma quebra de produção face ao ano anterior, espera-se que a vindima mantenha, ou até supere, os padrões de qualidade que caracterizam os vinhos da Quinta, com uvas mais concentradas, aromas intensos e acidez equilibrada.
Os trabalhos na vindima são executados manualmente, recorrendo a mão de obra local com idades compreendidas entre os 30 e os 80 anos. Cada cacho é depositado em pequenas caixas, preservando a integridade da fruta, e transportado para a adega onde se procede à escolha, também manual. Entre cantorias e gargalhadas prepara-se o futuro num ambiente de partilha.
Fundada em 2018, a Quinta Dona Sancha é já uma referência no setor, tendo vindo a ser distinguida com diversos prémios e vinhos medalhados. O compromisso mantém-se: honrar a tradição, com vinhos autênticos que refletem a essência do Dão.
O artigo foi publicado originalmente em Gazeta Rural.