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Recuperação do Pinhal do Rei tem de respeitar os tempos da natureza – Governo

O secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território disse hoje que a recuperação do Pinhal do Rei, destruído pelos incêndios de outubro de 2017, tem de respeitar os tempos da natureza.

“Compreendo a frustração das pessoas [por o processo não andar mais rápido], mas, como a regeneração natural nos veio provar, há aqui um tempo que é o da natureza e temos de o respeitar”, disse João Paulo Catarino na Marinha Grande, no dia em que passam três anos sobre o trágico fogo que destruiu 86% daquela mata nacional.

Falando aos jornalistas à saída de uma reunião com o Observatório do Pinhal do Rei, o governante referiu que já estão intervencionados 2.000 hectares dos cerca de 9.500 queimados e que estão a avançar mais 2.000 hectares onde “não existe regeneração natural suficiente e é preciso arborizar”.

Segundo João Paulo Catarino, até 2024/2025 existe a perspetiva de se conseguir analisar “quais as áreas que precisam ou não de arborização e, a partir daí, será a condução da regeneração natural, que vai levar 20/30 anos”.

“Depois teremos um plano de gestão para essa mata nacional que terá de ser concretizado do tipo de povoamento que vier a resultar da regeneração natural e da rearborização”, adiantou.

Para o governante, “estes são os tempos da natureza que temos e estamos a respeitar, ajustando os investimentos em função daquilo que a natureza nos diz”.

As intervenções em curso e as já programadas representam um investimento de nove milhões de euros, mas o secretário de Estado das Florestas estimou que nos próximos cinco, seis anos serão necessários mais “outros nove milhões de euros, porque só o aproveitamento da regeneração natural dos outros milhares de hectares será um investimento muito significativo”.

Os 16 milhões arrecadados pelo Estado na venda da madeira queimada, que o Governo prometeu investir na totalidade no Pinhal do Rei, não vão ser suficientes para recuperar a área destruída, salientou João Paulo Catarino, que estima um investimento total na ordem dos 18 milhões de euros.

Com 11 mil hectares, a Mata Nacional de Leiria, conhecida como Pinhal do Rei, foi duramente atingida pelos incêndios de 15 de outubro de 2017, que destruíram cerca de 9.500 hectares, o equivalente a 86% da área florestal da mata.

Na reunião de hoje, em que participaram os presidentes do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e da Câmara da Marinha Grande, alguns elementos do Observatório do Pinhal do Rei criticaram a baixa execução do plano de recuperação da área ardida, o aparecimento de infestantes e situações de destruição da regeneração natural nas ações de corte do material lenhoso queimado.


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