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Regantes afirmam que custo da energia é insuportável e pedem apoios ao Governo para evitar subida do preço dos produtos agrícolas

As associações de regantes alertam para a crise eminente no setor agrícola devido à subida dos custos com a energia. As comercializadoras preparam-se para triplicar o preço da eletricidade, o que poderá levar à subida do preço dos produtos agrícolas.

A FENAREG antecipa um inevitável aumento do preço dos produtos agrícolas, caso o Governo não adote medidas que ajudem a mitigar o custo da energia na agricultura. «Este é o momento de agir, o Governo deve acionar a medida da eletricidade verde, com taxas de apoio que compensem efetivamente o aumento dos custos da energia, ou em alternativa criar outra medida que possa amortecer este aumento de quase 200% no preço da energia, que inevitavelmente se irá refletir no aumento do preço dos produtos agrícolas ao consumidor», afirma José Núncio, o presidente da FENAREG.

Os preços da energia já eram altíssimos e os contratos de fornecimento de eletricidade penalizadores para os agricultores e para as associações de regantes, mas agora passam a ser catastróficos. O preço da eletricidade vai aumentar de 55€/MWh para 160€/MWh, e em alguns casos ainda mais, de acordo com a revisão de preços apresentada pelas empresas comercializadoras às associações de regantes.

Recorde-se que em 2020 os agricultores viram defraudadas as suas expectativas quanto à medida da eletricidade verde, cujos apoios reais não chegaram para cobrir 5% do valor da fatura energética.

De salientar, também, o facto de os agricultores portugueses pagarem a eletricidade mais cara da Europa, e de os sucessivos Governos não terem, até ao momento, sido capazes de adotar medidas que contribuam para baixar o custo da energia no regadio.

Enquanto isso, em França existem há já vários anos medidas que desagravam os custos da energia na agricultura e em Espanha os contratos sazonais de eletricidade na agricultura já são uma realidade. O Governo espanhol anunciou este ano 30 milhões de euros de apoios para incentivar as explorações agrícolas e as associações de regantes a adotar medidas de poupança energética e abriu a possibilidade de os agricultores criarem comunidades locais de energia a partir de fontes renováveis, para produção de até 300 megawatts, visando o autoconsumo e a venda à rede.

«Portugal deve seguir o exemplo de França e de Espanha para que nenhum agricultor português fique para trás no competitivo mercado agroalimentar, nem no cumprimento das metas de transição energética e descarbonização», conclui o presidente da FENAREG.


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